Esta casa nas montanhas parece um refúgio mágico
Conhecer Cunha, na serra paulista, mudou a vida do dono desta casa. Aqui, ele encontrou paz e se delicia cuidando da horta e colhendo frutas do pé
Dipa di Pietro nunca tinha ouvido falar em Cunha até a volta de um feriado, mais de uma década atrás. “Um policial recomendou pegar outro caminho para chegar a São Paulo por causa de um problema na rodovia”, fala o diretor de branding, que vinha de Paraty, RJ. Foi só enxergar as montanhas pontilhadas de luzes das casas ao longe e a estradinha contornando a mata, porém, para se apaixonar pela cidade paulista de 25 mil habitantes, localizada entre as serras do Mar, da Bocaina e de Quebra-Cangalha.
Encantado, Dipa resolveu retornar ao lugar na folga seguinte – e na seguinte, na seguinte, na seguinte. Depois de conhecer todas as pousadas locais, comprou um terreno num pedaço isolado da região, no qual a natureza era a única vizinha, e fez sua encomenda ao arquiteto Paulo Fecarotta, do escritório Fecarotta & Millan: um refúgio simples, com dois quartos e um mirante para contemplar a vista. À época, nem luz elétrica havia – e ela não fazia a menor falta. “O melhor programa aqui é sentar no deque e passar horas admirando a paisagem. Fiquei viciado em silêncio”, fala Dipa. Com o passar dos anos, surgiu a vontade de aumentar a morada a fim de receber amigos e familiares. Novamente chamado, Fecarotta (com a colaboração da arquiteta Leticia Tomisawa) projetou outra construção principal e dois bangalôs para hóspedes. Generoso, o anftrião não guardou o melhor para si, mas compartilhou com os convidados: “De qualquer ponto, e até mesmo durante o banho, você enxerga o entorno arrebatador”.
Inicialmente, o proprietário ergueu um refúgio com ares de casinha de boneca, hoje usado como chalé para hóspedes. Depois, ampliou a sede, que ganhou este deque convidativo. Mantas e almofadas são do Empório Beraldin.
Dipa (no retrato, com o cão Whisper, da raça akita inu) adora passear pelo sítio logo depois do café da manhã e fazer o que chama de ronda: percorrer a horta e o pomar para conferir o crescimento das árvores, das frutas, de verduras e legumes. “Esse passeio me ajuda a perceber a passagem de meses e anos. Mesmo depois de tanto tempo, ainda me surpreendo com as alegrias que Cunha proporciona”, fala.
Cozinhar foi outro prazer que o proprietário descobriu aqui, onde prepara delícias no fogão a lenha.
A mesa da varanda é o local preferido para a primeira refeição do dia. E, ainda, para deitar na rede acompanhado de um livro.
A sala da construção principal deixa claro o apelo rústico que o proprietário tanto queria: madeira e tijolos dominam o cenário. Os móveis são igualmente despojados.
Os dois bangalôs são superconfortáveis e repetem a mesma estrutura: um quarto com lareira – fundamental no inverno serrano – e um banheiro, revestido de ripas.
O boxe se abre para um deque, a fim de que, do banho, também seja possível enxergar as montanhas ao redor.
O caminho de pedriscos indica aos convidados onde estão os chalés individuais. Tudo devidamente cercado de muito verde, para alegria de Dipa.
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