Entrevista com Gaël Manes: objetivo sustentável
Minimalista, o francês Gaël Manes alia a essência verde ao desenho clean
Dono de referências que vão desde a antiga Gália aos jardins japoneses, o francês alia a essência verde ao desenho clean, minimalista. Madeira clara, cores neutras e encaixes simples caracterizam seu mobiliário. Ele fez parte da mesa-redonda mediada pelo diretor de redação de CASA CLAUDIA, Alexandre Ferreira, na Maison & Objet, realizada no fim de janeiro em Paris.
Qual é a importância de valorizarmos a produção local no design?
É muito importante quando se trata de reduzir impactos ambientais e sociais. Obviamente, se você tem uma companhia capaz de fazer algo regional, por que, então, comprar algo que foi feito do outro lado do mundo? Isso significa sempre mais custos com transporte, mais CO² jogado na atmosfera, etc… E, socialmente, comprar de outros lugares pode reduzir a atividade de companhias locais, aumentando taxas de desemprego. Então, para mim, é essencial que os designers descubram o seu país e o que os seus habitantes precisam. É nossa missão criar atividade para a população.
O que significa para você continuar trabalhando com materiais feitos a mão enquanto outros designers têm criado móveis tão tecnológicos?
Para mim, o artesanal é a essência do conhecimento. Depois dele, com a evolução dos mecanismos e as novas tecnologias, é importante adaptar a produção à demanda. Por exemplo, acredito que a tecnologia está aí para simplificar o difícil, mas não para substituir o homem. Nós temos que encontrar um balanço entre uma e outra.
Por que a sustentabilidade é uma preocupação central no seu trabalho?
Quando se fala sobre design, geralmente, as pessoas se lembram de Phillipe Starck. Já o meu objetivo futuro, para ser honesto, é que quando as pessoas falarem de design sustentável, elas se lembrem de Gaël Manes (risos). Estou trabalhando isso em diferentes frentes – desenho industrial, design de varejo, branding e inovação sustentável para empresas… Mas todos guiados pelo conceito sustentável. Penso em uma nova visão de mundo, em que exista mais interação da sociedade com o meio-ambiente e que essa relação não seja mais plana como tem sido. E isto é pensar em uma forma que o sustentável esteja presente desde a alimentação até a casa das pessoas.