Casa Cor Minas: o ambiente do arquiteto Pedro Lázaro
Desde a primeira aparição na Casa Cor Minas, o arquiteto deu o que falar. Neste ano, ele apresenta um projeto realizado inteiramente com produtos da indústria local.
Um zum-zum-zum tomou conta do ambiente. Na sua primeira participação na Casa Cor Minas Gerais, em 2000, o arquiteto Pedro Lázaro transformou um extenso corredor em espaço cenográfico. Para decorar o local, utilizou apenas elementos simulados – das cadeiras, por exemplo, só se tinham as arestas. Sua proposta ousada deu o que falar. Treze anos depois e com vários prêmios na bagagem, Pedro Lázaro apresenta seu 11° projeto no evento, que acontece até 22 de outubro. No meio do jardim de uma residência desenhada por Oscar Niemeyer em 1954, o mineiro construiu uma estrutura metálica com cobertura revestida de madeira de reflorestamento e pisos e paredes de pedra-sabão. O desafio, imposto pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiamg), era que todos os produtos fossem provenientes da indústria local. A imponência da casa projetada pelo modernista não intimidou Pedro Lázaro, que já havia visitado o lugar. Quando a casa foi colocada à venda, o mineiro não tardou em se apresentar como possível comprador, ainda que não tivesse intenção de uma aquisição desse porte. A única motivação foi conhecer “esse tratado arquitetônico”, como definiu. Mal sabia que anos depois estaria ele próprio intervindo no espaço de Niemeyer. “A escolha da casa como sede nos obrigou a um novo nível de reflexão. Em vez de transformar o lugar, foi necessário interagir com sua importância histórica”, diz. O arquiteto soube aproveitar bem o que tinha às mãos: inseriu produtos locais em uma linguagem internacional e aliou estruturas sólidas a uma natureza exuberante. Difícil agora é não conhecer o virtuosismo de Pedro Lázaro.