Casa cheia de vida no Rio de Janeiro
Não faz tanto tempo que os moradores se mudaram, mas o clima acolhedor dá a ideia de que tudo está aqui desde sempre
O sonho dos filhos da arquiteta Patricia Landau, os gêmeos Eudes e Valentina, 6 anos, sempre foi morar numa casa, com direito a quintal para brincar à vontade e frutas maduras colhidas no pé.
Atentos aos desejos da duplinha, ela e o marido, Eudes de Orleans e Bragança, resolveram então trocar a cobertura onde viviam, no Jardim Botânico, por algo maior e mais confortável no mesmo bairro carioca.
Mas logo perceberam: a única forma de concretizar esse sonho seria encontrar um imóvel antigo, provavelmente precisando de reforma. Depois de muito procurar, Patrícia deu de cara com esta casa dos anos 1950, construída numa ladeira tranquila, ainda calçada com paralelepípedos.
“Num primeiro momento, pensamos em colocar tudo abaixo. Depois, decidimos fazer alterações pontuais. Simplificamos o projeto e, quando nos mudamos, vimos que a obra enorme imaginada inicialmente era desnecessária. O importante era deixar tudo do nosso jeito”, fala.
Craque em misturar objetos e móveis de diferentes épocas e estilos, Patricia, sócia de Carolina Escada no escritório Escala Arquitetura, encontrou aqui o lugar para todo seu acervo. E arrumou cada canto com capricho.
Quem entra tem a sensação de que as poltronas, mesas e luminárias sempre pertenceram a esse universo. O marido, fã de jardinagem, cuidou do quintal e pesquisou espécies que florescem o ano inteiro, incluindo árvores frutíferas, como pitangueiras e jabuticabeiras.
“O critério foi não ter critério. Misturamos lustres feitos de chapéus de palha com sofá da avó e minha poltrona de amamentação, agora com estofado azul. Outra boa ideia foi substituir as antigas esquadrias por portas quadriculadas de ferro pintado de preto. E usar o mesmo material, associado ao pínus, em estantes e bancadas”, explica a arquiteta.
Os amigos, comenta ela, ficam encantados com o resultado e dizem ser praticamente impossível perceber o que já existia e o que a moradora acrescentou à casa e ao décor, pois a sensação é de que tudo parece estar há anos no mesmo lugar, formando um apanhado que conta boas histórias da família.
“Na reforma, percebi que sou idealista, e não detalhista. Este é o meu mundo: sem frescuras e cheio de vida”, arremata Patricia.