Bienal de Design: o fazer digital
Com o auxílio das novas ferramentas virtuais, designers de todo o mundo materializam suas ideias mais criativas. É o que conta o curador Jorge Lopes* no quarto artigo sobre a 5ª Bienal Brasileira de Design.
Ao receber o convite para ser o responsável por uma das mostras da Bienal Brasileira de Design em Florianópolis, pensei no tema Os Makers e a Materialização Digital. O título traduz o novo momento em que designers vivenciam grande liberdade de expressão tridimensional. A ideia é comprovar que podem representar virtual e fisicamente qualquer desenho, por mais complexo que seja, graças a ferramentas digitais, como a impressão 3D, o corte a laser, as fresadoras e a impressão gráfica em diversas superfícies. Na exposição, destacaremos designers precursores no uso dessa tecnologia. Entre eles está o holandês Marcel Wanders, que, em 2001, criou a série de vasos Airborne Snotty. O designer transformou arquivos digitais que captaram o formato de espirros de gripe em vasos de poliamida moldados em 3D! No cenário brasileiro, apresentaremos pioneiros como o designer Maurício Klabin (1952-2000), que desenvolveu experimentos com a primeira máquina adquirida no Brasil, em 1997, pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT) no Rio de Janeiro. Nomes em evidência no cenário atual também marcarão presença, a exemplo do alemão Markus Kayser– inventor da SolarSinter, impressora 3D movida a energia solar que constrói peças de areia. Vale ressaltar a presença do brasileiro Guto Requena com o Love Project, em que as emoções de usuários absorvidas por sensores são materializadas em objetos cotidianos. Além de ver produtos que surgem com as novas tecnologias, o público poderá interagir com o sistema de modelagem digital em cerâmica desenvolvido pelo escritório belga Unfold.
*O professor e pesquisador Jorge Lopes é curador-adjunto da bienal, para a qual assina a mostra Os Makers e a Materialização Digital