As peças leves, lindas e funcionais do designer Benjamin Hubert
Benjamin Hubert sempre mira para a elegância
Ele acaba de renovar seu estúdio sob o nome de Layer. Contudo, mais do que uma estratégia de marketing, a mudança representa novos rumos para o trabalho do designer britânico, celebrado por criar peças que lançam mão da tecnologia para, aparentemente, desafiar a lógica. “Agora queremos ser um pouco mais democráticos e acessíveis”, diz. Confira a entrevista abaixo e algumas de suas criações na galeria.
1. O conceito de leveza é muito presente em seu design. Por que ele é tão importante?
A ideia de leveza para nós tem a ver com um estilo de vida, uma forma de pensar, não só com as propriedades físicas da leveza. Significa consumir só o que você precisa, usar só o necessário, encarar decisões difíceis e comprar menos coisas, porém mais duradouras, entendendo o que acontece com os produtos depois que eles cumprem sua vida útil, sua função. É sobre as pessoas terem mais responsabilidade sobre suas escolhas. Mas num sentido mais literal, essa ideia de leveza se refere também ao conceito de “desmaterialização”. Remover material do design, usar só o que é essencial e preciso, criar produtos o mais enxutos e o mais inteligentes possível. Os objetos é que têm que “trabalhar” duro para fazer as pessoas mais felizes.
2. A criação do Layer Design Studio marca uma grande transformação no foco do seu trabalho?
Tenho trabalhado com design industrial sob a minha própria marca e nome nos últimos cinco anos, e, antes disso, trabalhei sob a marca de grandes empresas por quatro anos. Criei muito daquilo que essas companhias necessitavam e criei muito também atendendo minha própria necessidade de expressão. A criação do estúdio Layer tem a ver com consolidar esses dois pontos de vista e focar naquilo para o qual o design realmente deve servir: ajudar as pessoas a crescerem e terem sucesso. Isso inclui pensar quem nós somos como nós vivemos, como vamos viver no futuro, o impacto que nossos produtos causarão no mundo, ou seja, tudo implica em várias camadas (layers) de compreensão. A partir de agora, meu desejo é abordar o design de uma forma mais realista, e não a partir do ponto de vista de uma única pessoa. Mas não foi uma mudança brusca, foi uma transformação gradual, que veio com o amadurecimento.
3. Esse novo momento com o estúdio Layer significa também que a partir de agora a funcionalidade terá um peso maior do que a estética?
Nós temos muitos, muito projetos em andamento. Alguns são voluntários, non-profit, sem fins lucrativos, destinados a levantar fundos para pessoas que estão em dificuldades, como a fundação Maggie´s Centre de apoio a pessoas com câncer. Outros projetos envolvem empreendimentos de negócios com grandes corporações como Nike, Sansung ou BMW, e esses nos permitem sobreviver e crescer como marca além de trabalhar com tecnologias de ponta para criar produtos cada vez mais inteligentes para tornar melhor a vida de muito mais gente. Então a ideia é desenvolver produtos úteis, mas nos quais a estética continue sendo muito importante. Seja uma nova TV ou uma nova cadeira, que tenha uma aparência incrivelmente desejável, mas que também seja atemporal, que continue atraente daqui a cinco ou vinte anos. Nosso trabalho é sobre oferecer algo realmente significativo ao mundo.
1. A Coracle, desenhada para a De La Espada, une tiras de couro, trançadas manualmente, à estrutura de aço.
2. Pesa apenas 10,5 kg a mesa Ripple, feita de Corelan, um laminado de madeira super-resistente.
3. Uma homenagem ao processo artesanal, o jogo de bowls, garrafas e jarras Seams, de cerâmica moldada, possui falsos vestígios de emendas. Da Bitossi Ceramiche.
4, 5 e 6. Projetadas em colaboração com a Moroso, as coleções Cradle e Talma incluem poltronas revestidas de malha sobre suporte metálico, com assento de espuma de poliuretano. O mesmo conceito inspira as mesinhas da linha Net, de tela de aço expandido, também desenvolvidas para a marca italiana.