Apê com espaços pensados para receber as coleções do morador
O acervo de móveis, obras de arte e objetos de design do morador orientou o projeto, que privilegiou áreas de estar integradas e iluminação natural
O arquiteto e designer gráfico Carlo Zuffellato começou sua coleção há 30 anos, quando ainda morava na casa dos pais. “Eu era um acumulador porque não seguia critérios. Agora, sou colecionador e meu foco está em objetos de design, luminárias e obras de arte”, explica.
O estilo escandinavo, com traços simples e tons pastel, é um dos preferidos e serviu de referência para o projeto de seu novo apartamento. Basta olhar os ambientes, que ganharam cores suaves e muita iluminação natural na renovação assinada pelo arquiteto Gustavo Calazans.
Localizado no bairro paulistano de Higienópolis, o imóvel tem 340 m² e espaço de sobra para o acervo, cheio de peças que contam a trajetória de Carlo e atraem todos os olhares no décor. O conjunto de porcelanas da Rosenthal é um exemplo disso, pois ganhou lugar de destaque no estar e formou um delicado arranjo branco. “Criei uma laje de concreto bem fininha, que se projeta da parede, especialmente para receber os vasos”, conta Calazans.
Entre os desejos de Carlo, a lareira se destaca. Como o living é bastante extenso, ela veio para organizar os espaços. “O formato demorou para ser defnido, até que, durante uma viagem, visitei o Museu de Arte Moderna de Louisiana, em Copenhague, e vi um modelo lindo com grandes volumes. Foi de lá que veio a inspiração”, explica Calazans.
Outra estrutura que chama a atenção no apartamento são as divisórias de vidro. O material U-Glass, geralmente usado em fachadas, garantiu um efeito translúcido entre alguns ambientes.
Na decoração, clássicos do design, que faziam parte da coleção do morador, formam uma composição charmosa com peças contemporâneas. “Trouxe tudo do apartamento anterior e depois comprei algumas coisas, como a mesa de jantar e dois sofás”, conta Carlo.
As obras de arte, outra paixão, também mostram sua força, no décor e por onde o olhar passeia, com quadros de autores como Hércules Barsotti, Amilcar de Castro e Mira Schendel. Um repertório de peso, aliado a peças de visual atemporal, prova que o que é bom nunca sai de moda.