A beleza do ecletismo na loja Cardeal
Com uma seleção de estilos variados, a loja Cardeal traz ao público raridades clássicas e modernistas, além de apostas em jovens artistas da cena atual.
Uma grande porta vermelha na alameda Itu, nos Jardins, em São Paulo, recebe os visitantes, que mal podem esperar pelo que está por vir. Ao entrar, é impossível não se encantar com a profusão de móveis, esculturas, telas, fotografias e objetos de diversas épocas, garimpados com cuidado por Guto Otaviani, proprietário da Cardeal. O imóvel tem cinco andares, por isso um elevador facilita o passeio. No terraço, o clássico e o moderno, como camas imperiais e obras de Andy Warhol, são bem dosados numa disposição cênica, banhados pelos raios de sol que entram pela cobertura de bambu. Nos outros andares, os dois estilos não se encontram, cada um reina absoluto em seu próprio espaço. Peças modernistas, como as de Sergio Rodrigues e de Joaquim Tenreiro, ganham destaque. “Tenho paixão por colecionar e garimpar itens raros”, conta o empresário, que deixou a medicina para se dedicar ao design e às artes em tempo integral. Guto viaja ao menos três vezes por ano para participar de leilões e feiras de antiguidades na Europa. “Minha preferida é a de Parma, na Itália. É uma loucura e acabo sempre indo além do orçamento”, diz. Além disso, ele conta com a assessoria de uma curadoria especializada para conduzir suas apostas em novos talentos da arte contemporânea, como Julio Schaefer, que usa a técnica do grafite sobre telas, produzindo figuras delicadas e cheias de mistério. Não é preciso agendar horário, basta apertar a campainha e pedir para visitar o lugar. É um deleite para os olhos e alma.