A África do Sul inspirou estes designers a criar peças lúdicas
A imaginação do The Haas Brothers habita um universo paralelo
Um passeio pela África do Sul rendeu a ideia: Simon e Niki Haas aliaram-se a artesãs da comunidade Khayelitsha, nos arredores da Cidade do Cabo, para criar os Afreaks, esculturas de tecido revestidas de contas de vidro coloridas. A série dá continuidade à produção fantástica dos irmãos, repleta de belas criaturas surreais. “A África nos mostrou que a beleza pode assumir muitas formas”, afirma Simon. Abaixo confira uma entrevista com os designers.
1. De onde vem a inspiração para o fantástico universo representado em seus trabalhos? Pode-se imaginar vocês dois, ainda meninos, brincando juntos e inventando essas incríveis aventuras…
Haas Brothers: É tudo fantasia! A maioria vem tanto da nossa interação quando éramos crianças quanto do nosso amor pela natureza e pelo movimento psicodélico.
2. Para quem vocês criam?
Haas Brothers: Fazemos nosso trabalho tentando injetar positividade e progresso na sociedade como um todo. Na verdade, qualquer pessoa pode dialogar com nossas obras. Nós também adoramos criar apenas para nossa própria satisfação.
3. Qual a importância da funcionalidade no seu trabalho?
HB: Nenhuma… A menos que a gente deseje fazê-lo funcional. O que acontece apenas quando nós sentimos que a funcionalidade vai auxiliar a dizer aquilo que estamos tentando passar. Ou pelo menos, iniciar a conversa.
4. Por que é importante para vocês investir mais na fantasia do que no minimalismo?
HB: O fantástico é algo natural para nós. Minimalismo é muito legal, mas parece meio fora de moda. Acho que nós apenas investimos nosso tempo no que é divertido e nos deixa mais entusiasmados.
5. Quais são suas dicas para aqueles que desejam criar em suas casas um ambiente mais pessoal e instigante?
HB: Siga seu instinto! Liberte-se da obrigação de agradar outras pessoas através do seu lar. Agrade a si próprio.
6. Qual é a função social do designer, se é que existe uma?
HB: Isso é com cada designer. Para nós, decidimos usar nosso estúdio para mandar mensagens políticas e sociais.
7. Qual das peças da coleção Afreaks é sua favorita e por quê?
HB: Não temos uma favorita. A experiência em si foi a melhor coisa de todo o projeto.
8. O que há em comum e o que é diferente entre os designers do primeiro mundo e os de países em desenvolvimento?
HB: Designers do primeiro mundo tem muitos privilégios. Levamos um baque quando começamos a trabalhar na África do Sul porque percebemos o quanto estávamos acomodados. Talvez, eu diria, nós contribuímos com noções de divulgação e profissionalização do design, enquanto as mulheres que tralharam conosco no projeto Afreaks trouxeram sua incrível técnica artesanal, sua vivacidade, alegria, felicidade e senso de inovação.
9. Como a experiência do projeto Afreaks irá influenciar o seu trabalho daqui para frente?
HB: Mudou tudo para nós! A principal mudança é o modo como vejo o papel do design. Eu acho que o design pode ser a ferramenta para trazer trazer coisas muito positivas para o mundo. Isso se tornou o nosso foco principal.
10. Você poderiam falar sobre o tema do seu próximo projeto?
HB: Matemática! Isso é tudo que podemos dizer…