4 casas de estrangeiros que adotaram o Brasil como seu lugar no mundo
Eles vieram de diferentes pontos do globo e escolheram o Brasil para viver. Nestas quatro casas, contam como as lembranças de lá e as descobertas daqui se juntam para compor o décor
Dimitri Mussard: alma de viajante
Este francês chegou a São Paulo pela primeira vez quando o restaurateur paulista Charlô Whately, seu vizinho em Paris, sugeriu que ele alugasse um apartamento seu desocupado no bairro dos Jardins. Após Dimitri deixar o emprego num banco e viajar o mundo durante um ano, a proposta veio a calhar. A paixão pelo país foi imediata e fez com que o globe-trotter fincasse raízes por aqui. Seis anos depois, ele, que é CEO da empresa de moda Acaju do Brasil, ocupa o mesmo apê.
“Criei a minha decoração. Gosto de pegar objetos que me agradam e misturar tudo”, conta. Do piso ao teto, obras de street art e lembranças da França revelam seu espírito alto-astral. “Vou para lá a cada três meses. Sempre que dá, trago alguma coisa.”
Roberto Rebaldengo: amor às relíquias
Quando decidiu se mudar para o Brasil,o cenógrafo italiano quis trazer sua biblioteca para cá. Acontece que, para isso, teria que contratar um contêiner de carga inteiro. Resultado? Além dos livros, sobrou espaçopara acomodar ali peças centenárias – heranças de família que hoje dão vida à casa, em São Paulo, onde Roberto mora com o marido, Caio Ferreira, dois amigos e um casal de galgos russos.
Recém-reformada, a construção ganhou ar contemporâneo, e as peças de madeira, vindas de Gênova, tratam de aquecer os ambientes. Fora isso, há também um extenso jardim, em que o cenógrafo plantou espécies sazonais. “Sentia falta de acompanhar a passagem do tempo de acordo com as estações do ano, como fazia na Itália”, conta.
Marko Brajovic: mix com a cara da família
Com uma mochila nas costas e um convite para ser professor no IED (Istituto Europeo di Design), o croata Marko Brajovic chegava ao Brasil dez anos atrás. Logo de cara, ele se encantou pela paisagem tropical. Mas foi a grandiosidade de São Paulo, a qual chama de “belo monstro”, que o capturou de vez.
“É uma cidade que se transforma, e acredito que a beleza venha das transformações”, conta. Aqui ele conheceu a mulher, Teka, designer de joias e mãe de seus dois filhos, Zion e Zoe, com quem divide um simpático sobrado de paredes vermelhas. Nele, a criatividade do casal se manifesta: criam móveis juntos, combinam lembranças trazidas do Mar Adriático com outras tantas encontradas aqui e deixam o ambiente lúdico para que os filhos brinquem e cresçam à vontade.
Lina Miranda: uma norte-americana nos trópicos
Ao entrar na casa de Lina, dona da marca de tapetes Square Foot, as visitas se sentem transportadas para um décor dos Hamptons ou de Miami. Nascida em Nova York, a arquiteta, casada com um brasileiro, fez questão de trazer de seu país desde maçanetas até ventiladores e spots de iluminação, o que garantiu ares norte-americanos por toda a casa.
“Quis criar espaços assim de propósito. Sinto muita saudade da minha família e, dessa forma, resgato quem sou”, diz ela, que mora no Brasil há 14 anos. Apaixonada pelo traço do carioca Sergio Rodrigues, a arquiteta escolheu poltronas do designer para ocupar a sala de estar ao lado da lareira e das obras de arte.