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Três mulheres que abriram negócios próprios a partir de ideias inovadoras

A ideia de que não existe jeito certo de aprender foi o que motivou três mulheres a criar caminhos inovadores para investir em conhecimento. Comece a trilhar o seu!

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 10 abr 2024, 08h10 - Publicado em 21 jul 2013, 21h00
Reportagem: Vicente Cardoso Jr. / Edição: MdeMulher (/)
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Bárbara Soalheiro em uma das reuniões do Mesa & Cadeira
Foto: Arquivo Pessoal

Em um tempo cheio de excessos, quando toda a informação do mundo parece disponível na internet, é comum sentir a aflição de que estamos sempre perdendo alguma coisa muito importante. Como, no meio desse turbilhão de novas ideias e tecnologias, filtrar o que é realmente relevante para a sua carreira ou, melhor, para a sua vida? A resposta não está nos cursos de educação tradicional, como as pós-graduações e MBAs. E, como a necessidade é mãe da invenção, provavelmente foi em busca dessa resposta que Débora, Anna e Bárbara desenvolveram maneiras transformadoras de adquirir e acumular conhecimento. E, melhor de tudo, ainda fizeram de suas criações um negócio. Descubra o que pode aprender com elas.

Sem respostas prontas

“À mesa, você cumpre tarefas e faz reuniões de trabalho. Mas também pode bater papo, comer e beber com os amigos.” A jornalista Bárbara Soalheiro, 32 anos, conta que tentou aproximar esses dois conceitos ao criar, há dois anos, a empresa Mesa & Cadeira. Buscando uma alternativa aos formatos de aula, palestra ou workshop, ela investiu na ideia de “aprender fazendo”. “Em vez de só escutar uma pessoa brilhante contando sua filosofia de trabalho, resolvi promover uma experiência real de desenvolver um projeto com profissionais de referência”, afirma Bárbara.

Com a carreira consolidada no ramo de revistas (Bárbara foi editora de SUPERINTERESSANTE e redatora-chefe de CAPRICHO), ela sabe bem o que é a responsabilidade de cumprir prazos, e buscou trazer isso para as atividades da Mesa & Cadeira. “Temos uma preocupação muito grande com a conclusão do projeto. Aí está a principal diferença para um workshop: focamos menos no processo e muito no compromisso de realizar, no resultado final”, diz.

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Bárbara explica que a Mesa & Cadeira não tem como objetivo ensinar um conjunto específico de habilidades (o que é melhor buscar em cursos direcionados), muito menos apresentar “a fórmula X para o problema Y”. “Cada vez mais temos menos respostas prontas, pois os problemas são sempre novos. Por isso o mercado está de olho em profissionais talentosos, sim, mas que também sejam capazes de responder bem aos desafios na hora que eles aparecem.” Fazendo um balanço de sua carreira, Bárbara reconhece que sua principal escola foi mesmo a prática.

Mesa & Cadeira

Resumindo, é assim: alguém brilhante sentado à cabeceira + um grupo pequeno de pessoas talentosas + um projeto. A maioria das mesas está relacionada às áreas de comunicação, produção editorial, design e programação. Para ter um grupo heterogêneo e correspondente à demanda de cada projeto, é sempre feita uma seleção dos participantes.

Um novo caminho

A advogada Anna Haddad, 26 anos, mudou-se do Mato Grosso do Sul para cursar o ensino médio em São Paulo. Estudou direito e começou cedo a trabalhar em grandes escritórios. Era o início da carreira dos sonhos, certo? Nem tanto: logo Anna passou a questionar se aqueles eram mesmo seus planos ou se ela tinha apenas seguido um fluxo que parecia tão natural.

A reflexão a afastou aos poucos do circuito escritório-tribunal. Anna e a irmã, a publicitária Camila Haddad, decidiram apostar em um projeto colaborativo de educação. “A proposta era fazer algo para contrapor o modelo tradicional de educação, que é muito rígido e cada vez mais desconectado dos interesses dos alunos”, diz Anna. “Nunca pretendemos achar uma solução, apenas abrir novas perspectivas para todo mundo que tem vontade de aprender e ensinar”, completa. O resultado foi a criação do Cinese, uma plataforma online em que qualquer um pode propor um encontro para ensinar ou discutir sobre qualquer assunto. “Não tem nenhuma restrição: pode ser uma aula de matemática financeira em uma cafeteria ou uma conversa sobre futebol no vão do Masp”, conta.

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Anna, naturalmente, é frequentadora dos encontros, participando de no mínimo dois por mês. E ainda tem se firmado como uma reveladora (na linguagem do Cinese, é a pessoa que promove um encontro). Apaixonada por literatura, ela já comandou duas discussões sobre obras de Machado de Assis e dois workshops de poesia. “O Cinese surgiu de uma demanda nossa, uma vontade de sair dos mesmos círculos: faculdade, trabalho… Sinto que abri completamente meu mundo para novas conexões, pessoas, lugares da cidade e principalmente para o aprendizado”, conclui.


Cinese

Nessa plataforma de crowdlearning (aprendizado coletivo), qualquer pessoa pode fazer seu perfil para participar dos encontros ou promover um e divulgá-lo nas redes sociais do grupo. O proponente tem liberdade para definir tema, horário, local e preço – os encontros podem ser gratuitos ou pagos (no segundo caso, 15% ficam para o Cinese).

Só o que interessa

Durante um mochilão a trabalho, aquela lampadazinha se acendeu sobre a cabeça da cientista social e publicitária Débora Emm, 29 anos. Sua missão era realizar uma pesquisa de mercado em dez cidades espalhadas pelo mundo, e por onde passava ela juntava pilhas de livros e revistas. “E se existisse alguém que pudesse ler tudo isso e depois me contar aquilo que me interessa?”, Débora perguntou ao seu parceiro naquele trabalho, o ex-colega de faculdade e futuro sócio Roberto Meirelles. “Mas teria que ser alguém que te conhece muito bem”, Roberto retrucou. “Então essa pessoa podia me conhecer primeiro, e depois ler tudo”, Débora acrescentou, delineando meio por acaso o que seria a Inesplorato, empresa que os dois fundaram, junto a um terceiro sócio, em janeiro de 2010.

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Débora gostava de seu primeiro curso, ciências sociais, porém não via opções de carreira além da acadêmica. Decidiu estudar publicidade também, ainda no meio da outra graduação. Os dois diplomas, no entanto, não bastaram, e ela precisou criar uma profissão totalmente nova para si: curadora de conhecimento – e é assim mesmo que sua empresa registra hoje a maioria dos funcionários.

O trabalho da Inesplorato é como uma terapia do conhecimento. “É comum as pessoas ficarem angustiadas frente ao excesso de informação que temos hoje, e ficam sem saber por onde come��ar a explorar coisas que as interessam”, explica. Débora admite que às vezes sente essa angústia. Mas a solução, mesmo que não seja definitiva, é estar sempre aberta a novas fontes de conhecimento. “Já que nunca vamos dominar tudo sobre algum assunto, precisamos pelo menos garantir que não estamos vivendo dentro de uma bolha, consumindo sempre mais do mesmo.”


Inesplorato

Os curadores realizam uma entrevista sobre todo o repertório cultural e as referências do cliente, além de seus anseios e projetos. Então fazem uma pesquisa sobre livros, filmes, lugares, pessoas e o que mais possa ser interessante para ele. Tudo é entregue numa caixa customizada, com recadinhos em post-its que explicam as razões das escolhas.
 

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