Intercâmbio: tire suas dúvidas antes de planejar a viagem
Passar uma temporada fora do Brasil está ficando cada vez mais fácil. Confira as dicas e programe o seu intercâmbio
Cursos para recém-formados e profissionais são uma opção para quem não quer só aprender uma língua
Foto: Getty Images
O mercado de intercâmbios aquecido e uma safra variada de bolsas de estudos são boas notícias para quem quer morar fora do Brasil por algum tempo. Entrar para esse grupo exige planejamento – onde você quer morar, quanto tempo ficará fora, o que vai fazer por lá e quanto pretende gastar são questões em que você deve pensar antes de decidir. Até porque pode concluir que o melhor para o seu caso não é associar a viagem a um curso – e sim guardar dinheiro para se bancar por um tempo lá fora ou começar um processo oficial de imigração para o país de destino. Destrinchamos a seguir todas essas opções.
Sem lugar comum
O caminho mais prático para planejar um intercâmbio é procurar uma agência – que já tem um cardápio de programas e experiência no assunto. O Salão do Estudante (www.salaodoestudante.com.br), que acontece duas vezes por ano em várias capitais do país, é o melhor lugar para compará-las. Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Irlanda são os cinco países mais procurados pelos brasileiros, mas a busca por lugares menos óbvios está crescendo.
Dá para trabalhar?
Há diversos países em que você pode ter um emprego enquanto estuda – mas cada um possui suas regras. Na Austrália, por exemplo, o curso precisa ter duração mínima de 14 semanas (o que dá direito a 20 horas semanais de trabalho). Na Irlanda e na Nova Zelândia o tempo mínimo são 25 semanas.
Currículo turbinado
Cursos direcionados a universitários, recém-formados e profissionais são uma opção para quem não quer só aprender uma língua e pensa em aperfeiçoar os estudos em uma área específica. Os caminhos, nesse caso, são muito variados: um curso de moda de três semanas no Instituto Marangoni, em Milão, por exemplo, sai por R$ 8 mil* – enquanto um programa de seis meses em Business Management, na Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, custa até R$ 25 mil. Veja estes dois formatos:
Vá pela sombra
As universidades da Yvy League (grupo das instituições mais conceituadas dos Estados Unidos) têm cursos de verão que acontecem entre julho e agosto, com inscrições entre abril e maio. Em Harvard, por exemplo, os mais procurados (entre 300) são os de marketing, finanças, economia, filosofia e teatro. Custam de R$ 3 mil* a R$ 4 mil*, e é possível hospedar-se nas próprias instituições por taxas variadas (R$ 2 mil* por mês na Columbia, em NY, e R$ 7 mil* em Harvard, com alimentação).
Test-drive
Para quem ainda não entrou na faculdade e está indeciso sobre o que vai prestar no vestibular, existem ainda os chamados Foundation Courses, em que, além de lições de inglês, há aulas de política, artes e ciências exatas. Eles acontecem em universidades dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália, duram de três meses a um ano e podem ser intermediados pelas agências de intercâmbio.
Invista na bolsa
Se você quer estudar fora e não tem dinheiro, isso não é necessariamente um problema – basta buscar bolsas de estudos. Os processos de seleção geralmente duram alguns meses e têm várias etapas, com provas, entrevistas e análise de currículo. Mas o esforço vale a pena!
Você decide
O sistema de bolsas da Fundação Estudar não restringe o país de destino, mas exige que os candidatos estudem administração, direito, economia, engenharia ou relações internacionais e estejam em processo de aceitação ou matriculados na instituição para a qual querem ganhar a bolsa. Já o Bolsas Ibero-Americanas Santander concede 3 000 mil* por até seis meses de estudo em países da América Latina ou em Portugal.
Adeus, economias!
Quem não quer que a viagem fique atrelada a um curso pode tentar juntar dinheiro para bancar sua experiência no exterior. Para ter uma ideia de quanto teria de gastar, você pode fazer simulações em sites que medem o custo de vida das principais cidades do mundo – como o Numbeo (www.numbeo.com), que é alimentado por dados dos próprios moradores de cada local. Pesquisamos ali quanto custa por mês, em diferentes cidades, o aluguel de um apartamento de um quarto fora do centro (incluindo água, luz e gás), mais alimentação e transporte. É claro que o preço da acomodação, que geralmente é o que mais pesa, pode cair pela metade se você rachar o aluguel com uma amiga ou seu namorado.
Nome na lista
Na hora de escolher seu destino, leve em conta a dificuldade de conseguir um visto para estudar ou trabalhar no país. Dúvidas sobre a documentação necessária e as taxas para cada caso podem ser resolvidas no Portal Consular do Itamaraty (www.abe.mre.gov.br) e nos sites das embaixadas e consulados. Resumimos aqui as principais situações:
Paciência
No consulado dos EUA e da Austrália, as filas para entrevistas podem levar até dois meses. Para piorar, o governo americano criou recentemente novas regras para os programas que conciliam estudo e estágio. “Agora é preciso ter definido o empregador já na entrevista no consulado”, diz Samuel Lloyd, gerente de marketing. O ideal é dar entrada no pedido de visto pelo menos seis meses antes da viagem. Se você contratou uma agência de intercâmbio, ela pode ajudá-la no processo.
FONTES: Central de Intercâmbio (CI), Student Travel Bureau (STB), Intercâmbio no Exterior, Salão do Estudante, Cultural Care Brasil, Ministério da Ciência e Tecnologia, Fundação Estudar, Comissão Fulbright e British Council
*Preços pesquisados em outubro de 2011