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Denúncia contra obrigatoriedade do salto alto no trabalho viraliza no Facebook

A foto dos pés de uma garçonete canadense chamam a atenção para o abuso sofrido por inúmeras mulheres no ambiente de trabalho.

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 10h11 - Publicado em 13 Maio 2016, 06h56
Reprodução Facebook/Nicola Gavins (/)
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Tem muita mulher que se sente bem usando salto alto, mas vamos combinar? Confortável não é! Especialmente se você trabalha em pé, andando de um lado para o outro, e é obrigada a usar salto como uniforme de trabalho. Isso não deveria ser tolerado.

Indignada com o drama vivido por uma amiga garçonete, a canadense Nicola Gavins resolveu fazer uma denúncia no Facebook dias atrás. Ela postou uma foto chocante mostrando os pés da amiga sangrando ao lado do scarpin que ela é obrigada a usar diariamente. Segundo Nicola, a garçonete chegou a perder uma unha e ainda foi repreendida pelo gerente porque estava usando outro tipo de calçado enquanto o pé sarava.

“Para aqueles que eu conheço que comem nos Restaurantes Joey (Av. Jasper, em Edmonton, especificamente).

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A política deles ainda é de que a equipe feminina use salto alto a menos que haja restrição médica. Os pés da minha amiga estavam sangrando ao ponto de ela perder uma unha e ela ainda foi desencorajada e repreendida pelo gerente por trocar o salto por um sapato baixo (ele lhe disse especificamente que os saltos seriam necessários em seu turno do dia seguinte).

Além disso, as mulheres da equipe precisam comprar um uniforme/vestido que custa 30 dólares australianos, enquanto os homens podem se vestir com uma roupa preta de seus próprios armários (e não são obrigados a usar saltos).

Requisitos sexistas arcaicos e uma política totalmente nojenta.

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Eu tenho muitos amigos no ramo da prestação de serviços e conheço muitas mulheres que ainda recebem ótimas gorjetas sem precisar sacrificar seu conforto enquanto servem. Vou optar por continuar a apoiar tais estabelecimentos.”

Até o fechamento dessa matéria o post já somava mais de 4 mil reações e 11,6 mil compartilhamentos. E desde então, a página do restaurante está recebendo uma enxurrada de comentários alusivos à denúncia. Só que infelizmente o post de Nicola também vem recebendo diversos comentários do tipo “Cara, apenas peça demissão e vida que segue” ou “Afff, que drama. Ninguém tá obrigando ela a trabalhar lá”.

Mas francamente, será que é tão difícil compreender que esse não é um problema pontual e que SIM, é necessário denunciar abusos desse tipo? De que adianta ~simplesmente~ trocar de emprego sabendo que outras mulheres passarão pelo mesmo problema e que o nosso silêncio só contribui para nada mude?

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Reprodução / Giphy
Reprodução / Giphy ()

Não é preciso ser um às em história pra saber que tempos atrás o espartilho era imposto às mulheres e calças eram artigo exclusivamente masculino. Teve muito ~mimimi~ no passado para que o nosso armário pudesse ser do jeito que é hoje. “Mas qual a necessidade de querer usar calças? Essas mulheres não têm mais o que fazer?”, disseram milhares de reacionários em meados do Século XX. Provavelmente elas tinham sim, mas estavam querendo mais liberdade na vestimenta e felizmente conseguiram! Só que é muito fácil esquecer de um movimento que aconteceu há tantas décadas, uma vez que hoje a gente só goza passivamente dessa mudança alcançada a duras penas. Mas que tal lembrar disso quando vestir seu jeans preferido?

Então bora ter mais empatia, bora dar mais valor às pequenas grandes lutas do cotidiano e bora seguir denunciando as imposições que não dá mais para engolir. 😉

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