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Crédito consignado: 9 armadilhas que você precisa conhecer

Fácil, rápido e mais barato, ele pode até quebrar um galho, mas cuidado com as ciladas. Aposentados e pensionistas são os mais vulneráveis

Por Silvia Regina (colaboradora)
Atualizado em 11 abr 2024, 21h04 - Publicado em 11 fev 2015, 08h11
Thinkstock/Getty Images (/)
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Você já deve ter ouvido falar em crédito consignado, afinal propaganda sobre ele é o que não falta. A promessa é tentadora e a aquisição, descomplicada: o dinheiro cai logo na conta e não há nenhuma consulta a órgãos de proteção ao crédito. Está disponível para aposentados e pensionistas, servidores públicos e trabalhadores com carteira assinada. As parcelas são cobradas todo mês direto na folha de pagamento ou do benefício. Porém, tanta facilidade pode esconder armadilhas. Conversamos com especialistas e eles contaram como podemos nos proteger delas. Fique esperta!

Dívida longa

Em outubro de 2014, o INSS aumentou o prazo de pagamento do crédito consignado para 72 meses. Ou seja, aposentados e pensionistas têm seis longos anos para quitar a dívida. Segundo Reinaldo Domingos, diretor da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), isso cria a falsa impressão de que será fácil liquidar o compromisso.

No entanto, muitos beneficiários se esquecem dos imprevistos que podem surgir, principalmente com despesas médicas, que tendem a aumentar com o tempo

No fim, sai caro

Por lei, os juros para beneficiários do INSS não podem ultrapassar 2,14% ao mês. Já a taxa média para um empréstimo pessoal comum passa dos 5,5%. Apesar de os juros não serem os mais altos do mercado, isso não quer dizer que sejam inofensivos! Após 72 meses, a pessoa chega a pagar três vezes o valor que pegou emprestado.

Renda comprometida

Antes de pegar o empréstimo, é preciso saber se a parcela é compatível com seu rendimento. Pelas regras do crédito consignado, o valor não pode ultrapassar 30% do total que recebe. Alguém que ganhe, por exemplo, R$ 1 mil só poderá assumir uma prestação mensal de até R$ 300. Nesse caso, isso significa que sobrarão em suas mãos apenas R$ 700. Imagine passar seis anos recebendo só isso! Vale ficar atenta para não comprometer muito o orçamento.

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Só faça para você

Preocupados com familiares, aposentados costumam contratar empréstimos a pedido deles. Segundo especialistas, isso não deve ser feito, mesmo que para alguém próximo. Se a pessoa não pagar a dívida, o idoso é quem terá de assumi-la, já que o desconto sai direto da aposentadoria.

Limite alto é fria

Além do empréstimo consignado, beneficiários do INSS podem solicitar um cartão de crédito específico para a categoria. Nesse caso, os gastos mensais não devem ultrapassar 10% do benefício. Mas há bancos que dão limites maiores, como alerta Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

Eles descontam uma parte da fatura na folha de pagamento e o restante é cobrado via boleto. Isso é ilegal

Só contrate se estiver segura

Na hora do empréstimo, procure sempre um banco ou uma financeira conveniados ao INSS. Nunca feche negócio por telefone ou na rua! Existem os chamados “pastinhas”, agentes que abordam as pessoas e oferecem o crédito, tentando convencê-las de que é bom pegar o dinheiro mesmo que não precisem agora. Atenção para não cair nesse golpe!

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Tudo no contrato

De acordo com a coordenadora da Proteste, as instituições financeiras devem informar, antes da contratação, o valor total do empréstimo, as taxas mensal e anual de juros a ser aplicadas, os acréscimos que serão cobrados, além do valor, quantidade e periodicidade de cada prestação. Ah, e guarde sempre uma cópia do contrato!

Fique atenta a seus dados

Existem muitos golpes no mercado, principalmente envolvendo idosos, doentes e analfabetos. Os órgãos de defesa do consumidor recebem inúmeras reclamações de pessoas que nem se lembram de ter contratado o crédito consignado. Para não ser enganada, nunca forneça seus dados pessoais a terceiros nem passe a senha do cartão de crédito. Nunca!

Dá para se arrepender

Caso o empréstimo tenha sido feito por telefone, dá para cancelar o contrato. “Você tem sete dias para se arrepender. Nesse caso, é preciso entrar em contato com a instituição financeira e formalizar o cancelamento”, ensina Maria Inês. Se você pegou o empréstimo pessoalmente mas não assinou nenhum papel, também pode entrar com o pedido, alegando a falta da documentação correta.

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