Conheça a plataforma que conecta mulheres a empregos flexíveis
A rede de talentos SheWorks! chega ao Brasil com uma proposta tentadora: unir profissionais a vagas de trabalho que entendam suas necessidades
Em 2020, cerca de 50% da força de trabalho será remota. Isto é, os postos de emprego deverão estar preparados para que seus funcionários desempenhem suas funções de qualquer lugar do mundo — inclusive da própria casa.
A estimativa é ousada (faltam apenas 3 anos!), mas algumas iniciativas já estão alinhadas com a ideia. É o caso da startup norte-americana SheWorks!, que chega ao Brasil com a proposta de conectar os profissionais inscritos a vagas de emprego, com esquema home office, em empresas nacionais e internacionais.
“Estima-se que US$ 17 bilhões sejam perdidos em nível global como resultado do gargalo de gênero e que mulheres abandonem seus empregos por falta de opções flexíveis, transparentes e viáveis de trabalho”, explica a fundadora Silvina Moschini. Para ela, uma das soluções é conter essa evasão com cursos de atualização e empregadores flexíveis.
Gigantes como a MasterCard, Microsoft e DDP Latina já embarcaram nessa ideia. Os objetivos da plataforma também estão em consonância com abordagem do Women’s Empowerment Principles Forum de 2017, cujo tema é o “Empoderamento Econômico no Novo Mundo do Trabalho”. O evento, atualmente em sua sétima edição, é uma convocatória conjunta da Fundação da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, do Escritório das Nações Unidas, da ONU Mulheres e da ONU Global Compact (UNGC).
Para entender a filosofia da startup e as perspectivas para o mercado brasileiro, CLAUDIA conversou com Silvina Moschini, fundadora e CEO da SheWorks!.
Por que você acredita que a flexibilidade no trabalho é tão importante? Como a tecnologia pode nos ajudar?
A flexibilidade no local de trabalho é importante para todos. Uma em cada duas mulheres deixa o emprego, porque não consegue encontrar a flexibilidade necessária para equilibrar o trabalho e a vida. Isso representa bilhões de dólares perdidos para o PIB dos países, empresas incapazes de atrair e reter talentos e, naturalmente, mulheres com dificuldade de alcançar independência financeira e satisfação pessoal.
No caso da SheWorks! , usamos a tecnologia para criar uma nuvem de talento; um lugar na Internet onde você pode se inscrever gratuitamente a uma série de cursos de formação on-line para atualizar suas habilidades e aumentar seu apelo às propostas de trabalho – que podem ser realizadas à distância. Também oferecemos às empresas a oportunidade de monitorar, gerenciar, colaborar e classificar candidatas. Nessa via de mão dupla, encontramos os melhores talentos e eliminamos as questões relacionadas à mão-de-obra remota: falta de confiança, coordenação e engajamento.
Você acredita que este tipo de rede diminui o abismo da desigualdade de gênero no mercado de trabalho?
Absolutamente! Nosso objetivo é trazer aquelas mulheres que abriram mão da carreira de volta ao mercado de trabalho. Os empregos tradicionais, em escritórios, não lhes dão a flexibilidade que necessitam para alcançar um equilíbrio entre trabalho e vida – e então essa evasão acontece. É interessante aproveitarmos as redes sociais para permitir que as pessoas possam trabalhar, em esquema de home office, em empresas de renome e em projetos que agregarão valor as suas carreiras. Além disso, quanto maior o número de mulheres nas empresas, maiores a representatividade feminina e o aproveitamento de talentos.
Quais as expectativas para o futuro na plataforma?
Queremos nos tornar a maior comunidade de carreira para mulheres do mundo. Um lugar onde possamos ter acesso a treinamentos que desenvolvam habilidades, acesso a empregos de qualidade. Queremos conectar mulheres, para que elas troquem experiências e encontrem mentoras profissionais. Dentro deste plano está a expansão no Brasil. A ideia é atrair parcerias com mulheres e homens que estão interessados em mudar os métodos trabalho e os modelos de negócios atuais.
As mulheres brasileiras já podem se inscrever? Como podemos fazer isso?
Claro que podem! Inclusive, as brasileiras são especialmente bem-vindas, pois alguns de nossos clientes estão interessados em contratar falantes nativos de língua portuguesa. As instituições nacionais também podem entrar.
As inscrições são feitas pelo site. Uma vez que você completa o perfil, nossa equipe verificará as informações e ativará a conta. Atualmente, nosso foco está nos profissionais criativos, de comunicação e marketing, mas planejamos expandir para administração, direito e mercado financeiro em breve.