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Cientista brasileira ganha prêmio por estudo sobre zika e Chagas

A mineira Rafaela Ferreira foi uma das sete vencedoras do programa Para Mulheres na Ciência 2017

Por Da Redação
13 mar 2018, 19h58
 (Divulgação/Divulgação)
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Nada tão inspirador quanto um exemplo. Talvez esse seja um dos motivos pelos quais a mineira Rafaela Ferreira recebeu diversas mensagens de alunas quando foi anunciada como uma das representantes da América Latina para receber o prêmio International Rising Talents, em Paris, no próximo dia 20 de março.

Ela, que também é professora do departamento de bioquímica e imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais, foi uma das sete vencedoras do programa Para Mulheres na Ciência 2017, realizado desde 2006 pela L’Oréal, em parceria com a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências. Por isso, ganhou a chance de ir a França.

“A proposta do meu projeto é descobrir novas moléculas que consigam agir conta os agentes da Zika e da Doença de Chagas. A partir do entendimento da doença, sabendo como ela age e quais as proteínas essenciais aos causadores, tentamos inibir as atividades deles. A esperança é que isso se transforme em medicamentos melhores do que os que existem hoje em dia”, explica a CLAUDIA.

Além de científica, a motivação do trabalho também é social. “Os remédios que tratam Chagas, atualmente, têm baixa eficácia e muitos efeitos colaterais. Quanto ao zika, ainda não temos uma saída específica. Essas são duas doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica, que dedica esforços a problemas mais lucrativos, como os crônicos ou aqueles que atingem parcelas ricas da população”, defende.

Para ela, o reconhecimento desse tipo de projeto por entidades nacionais e internacionais são incentivos tanto para a própria carreira, como também para novas possibilidades de financiamento. “No Brasil, uma das principais barreiras que a ciência enfrenta é a falta de recursos. Especialmente na área da saúde, que as pesquisas são mais custosas, precisamos de ajuda para levar os projetos para a frente”, conta. A infraestrutura, segundo ela, também peca.

Ainda assim, não perde o ânimo. “Recebi muitos recados de alunos felizes pela honraria. Quando vemos alguém próximo sendo premiado, é como se parecesse mais real”, diz, orgulhosa. “Pessoalmente, nunca sofri por ser uma cientista, mas já ouvi relatos e sei que há preconceito, mesmo com os avanços da parte mais conservadora da academia. Iniciativas que valorizam mulheres inspiram as próximas gerações”.

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