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“Apenas 7% das brasileiras acreditam que podem obter sucesso”

A executiva indiana Leena Nair transformou a diversidade no ambiente de trabalho em causa pessoal

Por Tatiana Schibuola
Atualizado em 1 mar 2017, 09h00 - Publicado em 1 mar 2017, 09h00

As mulheres da Índia estão entre as que mais sofrem com a desigualdade de gênero. Em 2016, o país ocupou a 87ª posição, de 144, no ranking do Fórum Econômico Mundial (o Brasil está na 79ª). O número, porém, é positivo. Em um ano, a nação subiu 27 posições.

No que depender de Leena Nair, 47 anos, vice-presidente global de recursos humanos da Unilever, o abismo entre homens e mulheres só vai diminuir. “As mulheres são cruciais não só para os negócios mas para efetivar as mudanças que precisamos ver em nossa sociedade”, disse em entrevista a CLAUDIA, em sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu o cargo, em março de 2016.

CLAUDIA: Em seu país, a vida não costuma ser fácil para as mulheres. Como vê o Brasil em relação ao mesmo tema?
Leena Nair: Meu trabalho é compreender 100 mercados e seus talentos ao redor do mundo – o Brasil é um dos principais. Embora haja diferenças entre os dois, o desafio é similar: o nível de ambição e autoconfiança é menor entre mulheres. Uma pesquisa concluiu que 70% das brasileiras querem fazer algo da vida delas, mas só 7% acreditam que podem ter sucesso.

Por que elas ainda ficam para trás?
Não importa se o país é desenvolvido ou não, ainda há três grandes questões a ser resolvidas. Temos a expectativa pelos cuidados primários, com os filhos ou os mais velhos. Em todos os lugares do mundo, essa responsabilidade ainda recai sobre as mulheres. Depois, há um grande desequilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Por último, é preciso buscar aumento de liderança em cargos seniores. São os líderes que implementam as mudanças.

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Quando começou a trabalhar na Unilever, em 1992, na região de Hindustan, ao norte da Índia, só havia 2% de mulheres na empresa.
Sim, éramos apenas três ou quatro em toda a companhia. Fui a primeira em muitas coisas: a fazer vendas, a negociar… Ao assumir toda a divisão ao sul da Ásia, já tínhamos 30% de mulheres em nível sênior.

E como promoveu essa mudança?
Temos creches para os filhos dos funcionários, e vale notar que 30% dos que deixam suas crianças são homens. Depois, institucionalizamos a flexibilidade de horários. Pode-se trabalhar em casa ou respeitando timings diferentes. Ainda criamos, na Índia, o programa Carreira por Opção, que ajuda mulheres que deram um tempo no trabalho a recuperar suas habilidades. Por fim, oferecemos à comunidade feminina cursos e coaching para empreender. 

Você tem dois filhos. Como dividiu as tarefas para assumir tamanha responsabilidade profissional?
Sim! Um tem 14 anos; o outro, de 18, acaba de ingressar na Universidade de Berkeley. Vivo aquele momento de deixá-lo ir. Tive muita sorte. Meu casamento foi arranjado, e meus pais fizeram uma excelente escolha. Meu marido é um profissional de sucesso e há quatro anos topou encarar a “ponte” Mumbai-Londres, onde trabalho. Não teria a chance de fazer o que faço sem esse enorme apoio. Em minha casa, é tudo 50-50.

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