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Relaxar os fios crespos e cacheados é algo ruim?

Depois da transição capilar, muitas mulheres sentiram-se livres para mudar seus cabelos – enquanto outras consideram algo ruim para a saúde dos fios

Por Esmeralda Santos (colaboradora)
Atualizado em 16 mar 2023, 15h20 - Publicado em 4 ago 2020, 15h00

No passado, o cabelo liso e sem volume era tido como ideal – o que causava insegurança em muitas mulheres que tinham seus fios crespos, cacheados e cheios de volume.

Isso contribuiu para a não aceitação dos cabelos crespos, fazendo com que mulheres passassem por processos agressivos de relaxamento e alisamento dos fios. O assunto que explodiu em meados de 2014 e dá o que falar até os dias de hoje é a transição capilar, em que inúmeras mulheres optaram por abandonar a química de vez e se aventuram pelas descobertas de seus cabelos naturais.

Depois de deixar a química e conhecer de fato como são seus cabelos, as crespas e cacheadas sentiram-se livres para utilizar outros métodos que auxiliam no tratamento das madeixas – um deles é o relaxamento. Essa técnica divide opiniões, pois há muita gente que a considera ruim e prejudicial à saúde dos fios.

“Primeiro é a questão cultural. Quando se fala em relaxamento, automaticamente associam a um cabelo lambido, quase alisado e bem danificado. E isso é totalmente compreensível, porque nunca tivemos acesso a informações efetivas, corretas e sem terrorismo”, explica a influenciadora Janaína Cambier. 

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Janaína também passou pela transição e permaneceu dois anos com os fios naturais, mas percebeu que seu cabelo não passava do ombro. “A partir daí que decidi voltar a relaxar os cabelos, mas dessa vez eu não queria mudar totalmente a estrutura dos meus cachos, eu queria só abri-los um pouco para evitar o efeito encolhimento e me auxiliar no dia a dia”. Já são 7 anos relaxando os fios e hoje a influenciadora é referência em relaxamento capilar.

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A partir do uso desse procedimento químico – que algumas mulheres optam fazer tanto pela facilidade em cuidar dos fios, como também para garantir um resultado diferente – acende-se uma intensa discussão sobre o que de fato é bom ou certo para os fios crespos. A dermatologista Camila Rosa explica que, assim como qualquer outra química, “esses processos para alisar, definir os cachos, até mesmo pintar os fios, causam danos ao fio de cabelo”. 

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A influenciadora Rhayane Ramos relaxa o cabelo desde os 9 anos de idade. Antes, quem realizava o processo era sua mãe, sem experiência, e o produto era aplicado no cabelo em intervalo muito curto. “Acredito que na época ela optou por isso, porque não tínhamos muitas informações sobre relaxamento, e não havia muita representatividade com relação ao cabelo crespo e cacheado com volume. Era um procedimento comum, porque o cabelo crespo não era visto como algo bonito, então as pessoas optavam pelo relaxamento para tirar o volume. Consequentemente, os cachos já não ficavam tão bonitos’, explica ela.

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Rhayane continua relaxando o cabelo, mas por motivos diferentes do passado. Com mais informação e pesquisa, o procedimento é seu aliado e não inimigo. “Eu escolhi o relaxamento porque ele me da uma certa facilidade na minha rotina, eu trabalho e estudo e não tenho tempo de cuidar do meu cabelo, é mais no final de semana. Minha raiz é crespa e ele me dá facilidade em arrumar e cuidar, e eu também gosto do meu cabelo dessa forma”.

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Nas redes sociais, ela mostra sua rotina de cuidados e ensina hidratações caseiras para suas seguidoras. “Esse é o assunto top um nos meus directs e um dos motivos de eu ter crescido no Instagram. Muita gente fica com dúvida por eu relaxar meu cabelo. Pensam que é super danificado, mas não é”, aponta.

Preconceitos associados ao relaxamento

“Pra quem relaxa o cabelo, achar profissionais que entendam sobre o assunto e respeite o desejo da cacheada por abrir somente os cachos sem alisa-los é bem difícil. Nos cursos tradicionais de cabeleireiro, não se ensina como cuidar de cabelos cacheados e crespos. Por fim, temos a onda da transição capilar, que foi e é extremamente importante, mas que de alguma forma demonizou mais ainda a química”, diz Janaína. 

Rhayane concorda e diz que esse preconceito é repleto de falta de informação sobre o assunto. “Não existiam tantos produtos e informação como temos hoje em dia, e o relaxamento era na verdade uma forma de apagar o natural, o volume”, explica. “Muitas meninas que passaram por essa experiência e tem o cabelo natural, enxergam o relaxamento como algo ruim. Claro que toda química pode ser prejudicial à saúde do cabelo, caso não seja feita da forma correta pode ser muito ruim. Não é apenas o relaxamento que danifica o cabelo, mas uma série de coisas”.

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A dermatologista Camila ressalta que é importante aceitar os cabelos em sua forma natural, mas o respeito a escolha de outra pessoa precisa prevalecer. “Estamos em um período de maior aceitação do cabelo crespo, porém precisamos respeitar as escolhas individuais, cada um tem o direito de usar o cabelo da maneira que achar melhor. Seja ele natural, com relaxamento, alisamento, curto, raspado”. 

Se especializando a cada dia mais no assunto, as influenciadoras desejam que, com as suas histórias, possam levar mais informação – para que esse procedimento químico não seja visto como algo ruim. “De um ano para cá decidi elevar essa busca para algo com embasamento, então mergulhei em estudos de artigos científicos, vídeos, livros, cursos, para trazer informação para minha audiência com autonomia, mas de uma forma leve e descontraída”, explica Janaína.

“Mas, na verdade, engana-se quem acha que o meu assunto principal é sobre relaxamento, o meu maior objetivo é fazer as pessoas conhecerem seus próprios cabelos, meu objetivo é que elas tenham acesso à informação, para que assim elas por si próprias decidam o que é melhor para elas. Seja fazendo relaxamento ou seja usando seu cabelo natural”, esclarece.

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Cuidados antes e depois do relaxamento

A dermatologista Camila explica que, para cabelos muito danificados, o recomendável é apostar em hidratações que possam restauras e tratar antes de aplicar qualquer química.

É preciso também saber exatamente o tipo de produto que será utilizado, e fazer o teste de mecha para ver se o fio suportará o produto. “Importante ressaltar que o formol é contraindicado pela sociedade brasileira de dermatologia. É preciso saber se o seu cabelo já tem algum tipo de alisamento prévio, pois alguns produtos não podem ser utilizados concomitantemente. Utilize tratamentos a base de proteínas e óleos para preparar o fio para o procedimento”, instrui.

Depois de relaxar, aposte na hidratação, umectação e reposição de proteínas. “Sempre buscar reparar um pouco os danos causados pelo alisamento”, frisa a dermatologista.

Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva:

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