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Cynthia de Almeida

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Coluna da jornalista e estudiosa do comportamento feminino Cynthia de Almeida
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A importância de se ter mais mulheres nos conselhos das empresas

A principal missão de um conselho é reunir cérebros afiados que apontarão os rumos da empresa. O olhar diverso é, portanto, fundamental

Por Cynthia de Almeida Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 mar 2017, 17h27
 (shironosov/ThinkStock)
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Desde que comecei a escrever para mulheres sobre carreira, há quase dez anos, o tema da diversidade de gênero necessária no topo das empresas já deu a volta ao mundo. Das cotas bem-sucedidas dos países nórdicos aos incentivos legais do Japão, tem havido, porém, mais esforço do que progresso.

Para ser justa, há excelentes resultados para quem fez a lição de casa: os números revelam um desempenho muito superior das empresas que têm uma representação feminina significativa (no mínimo 30%) nos seus boards. Essas companhias chegam a apresentar 84% a mais em vendas, 60% de crescimento para o capital investido e por aí vai.

No entanto, a coisa não deslancha: uma pesquisa acaba de mostrar que, nos últimos quatro anos, entre as 500 maiores empresas nos Estados Unidos, o número de mulheres no topo cresceu de 16,9% para 20,2%. Aqui no Brasil, nas empresas privadas, está estagnado há seis, com 7,5%. Descontadas acionistas ou herdeiras, são apenas 3%.

Para não ficar apenas na aridez das porcentagens, é melhor entender o que acontece nessas salas exclusivas e por que é tão relevante termos assentos garantidos. E, claro, o que podemos fazer a respeito. Trata-se de poucos e bons lugares.

Nos Estados Unidos, são apenas 5.440 pessoas nos conselhos das 500 maiores companhias (1,1 mil mulheres). Aqui no Brasil, entre as empresas listadas na Bolsa de Valores, são somente 1.808 conselheiros. Estamos falando, portanto, de assentos vip, que parecem distantes do nosso mundo e, talvez por isso mesmo, tenhamos perdido de vista a urgência e a perspectiva de ocupá-los.

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O que acontece de importante naquelas salas com dez, no máximo 13 pessoas ultraqualificadas? E por que mais mulheres ali fariam a diferença? Fiz essas perguntas à executiva Maria Fernanda Teixeira, CEO de uma empresa de consultoria e conselheira de duas organizações internacionais, engajada há mais de 20 anos na causa da diversidade corporativa.

A principal missão de um conselho, conta Teixeira, é definir o futuro da empresa. Ou seja, reunir os cérebros afiados que apontarão os rumos que o presidente colocará em ação. O olhar diverso e o pensamento feminino (assim como o das minorias) são, portanto, fundamentais para garantir que esse caminho reflita e atenda uma sociedade com 50% de mulheres, que já são a maioria em todas as decisões de consumo.

O que falta? Basicamente, entrar ali. De preferência, em companhia de uma ou mais colegas para garantir que suas vozes sejam de fato ouvidas. Para isso, é preciso mais do que conhecimento sólido da própria área. É necessário que elas queiram e se candidatem – o melhor caminho para um conselho é a indicação, e homens costumam indicar homens. Em matéria de networking, eles circulam mais e se vendem melhor.

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Para romper esse ciclo, há bons atalhos, ensina Teixeira:

1. Aumentar sua visibilidade, unindo-se a associações e organizações.

2. Fazer cursos que certificam e alavancam executivas de grande experiência.

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3. Procurar um mentor ou mentora.

4. Por fim, entender que não importa em que estágio da carreira esteja hoje, pode e deve querer um dia entrar na sala. Seja para prolongar sua vida profissional, seja para devolver um pouco do conhecimento que adquiriu com ela. E contribuir para um mundo mais justo e melhor.

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