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Mais da metade das garotas brasileiras não se sentem bonitas

A informação é do Relatório Global 2017 da Dove sobre meninas e confiança na beleza, obtido com exclusividade pelo MdeMulher.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 17 jan 2020, 14h51 - Publicado em 5 out 2017, 08h01

Definitivamente, não é fácil ser garota no Brasil: a qualidade de vida delas e a desigualdade de gênero presente por aqui é pior, por exemplo, do que no Paquistão, país com péssima reputação no que diz respeito ao tratamento dado às mulheres, como informou a ONG britânica Save the Children. Infelizmente, também ocupamos um vergonhoso quarto lugar no mundo em número absoluto de crianças casadas.

Por isso – e por muitas outras coisas -, não é surpresa alguma que mais da metade das garotas brasileiras (62%) se sintam mais pressionadas para serem bonitas do que para irem bem na escola, algo bastante comum em lugares dominados pelo machismo.

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É triste, mas é exatamente o que revela o Relatório Global 2017 da Dove sobre meninas e confiança na beleza. A pesquisa, obtida com exclusividade pelo MdeMulher, entrevistou cerca de 5.165 garotas com idades entre 10 e 17 anos em 14 países e também mostra que 52% das meninas brasileiras não têm confiança corporal alta. O número é um pouco menor do que a média mundial (54%). Mas no Brasil, mais do que em qualquer outro país, essas garotas evitam atividades sociais, sair de casa e são as mais vulneráveis a serem afetadas negativamente pelos padrões de beleza propagados por parte da mídia, por causa dessa insatisfação com a aparência.

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De acordo com o estudo, oito em cada dez meninas com confiança corporal baixa se sentem ainda mais infelizes consigo mesmas após ver imagens de “mulheres irreais” em revistas. Pior: quase TODAS essas garotas (96%) colocam a saúde delas em risco ao deixar de ir ao médico e ficar sem comer. Um número significativamente mais alto do que a média global (75%). É.

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Outro ponto que chama a atenção é como as meninas brasileiras vivem sob constante pressão: sete em cada dez declaram se sentir bombardeadas por todos os lados. Aquela velha história absurda e machista de que as garotas precisam ser bonitas, ir bem na escola, serem boas filhas, nunca dizerem o que pensam…

Boas notícias

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Bem, o relatório não traz apenas dados alarmantes. Existe, sim, uma pequena luz no fim do túnel, afinal. As garotas brasileiras, por exemplo, já se deram conta de como os ideias de beleza podem ser tóxicos e sete em cada dez acreditam que pouquíssimas mulheres e meninas que aparecem em propagandas, filmes e TV representam as “mulheres reais”. Ah, e 79% das garotas brasileiras já acredita que as imagens que encontram na mídia foram alteradas digitalmente. Uma vitória.

Mas a prova maior de como representatividade importa e é uma das armas no combate ao machismo e a baixa autoestima é o fato de que 53% das meninas brasileiras afirmam se sentir mais confiantes quando interagem com outras pessoas na internet. E, de fato, usam as redes sociais para combater as definições antigas de beleza. Nesse sentido, coletivos feministas que nascem na rede e grupos do Facebook são grandes aliados no empoderamento feminino. É como se eles dissessem para as garotas, “ei, vocês não estão sozinhas, tá?”

E sabe o que é ainda mais animador? Praticamente TODAS as meninas brasileiras (85%) acreditam que toda garota é bonita do seu jeito – sejam elas altas, magras, gordas, cacheadas… E, felizmente, alguns setores da mídia já entenderam isso: no ano passado, a Capricho, maior plataforma de mídia voltada para o público adolescente no Brasil, lançou o chamado “Guia de Beleza CH” que, em vez de reiterar padrões, trazia histórias de sete garotas que transformaram o que pra muita gente é motivo de insegurança, como o corpo, a pele e o cabelo – em algo que as deixava ainda mais especiais.

Somente os bons exemplos irão transformar a vida das garotas brasileiras, precisamos mostrá-los e celebrá-los.

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