Especialistas respondem oito perguntas sobre a transpiração
Os dermatologistas Davi de Lacerda e Marcela Studart apontam caminhos para driblar o incômodo
Substâncias calmantes e hidratantes dos desodorantes ajudam a diminuir a irritação nas axilas
Foto: Getty Images
Em um país como o Brasil, onde faz calor boa parte do ano, a gente vive às turras com a transpiração. Mas dá para conviver bem com ela: basta adotar medidas para acabar com os efeitos desagradáveis do suor em excesso.
Os dermatologistas Davi de Lacerda, de São Paulo, e Marcela Studart, do Rio de Janeiro, respondem oito perguntas sobre o assunto. Confira:
1. Por que costumamos transpirar mais quando está calor?
Porque uma das funções da transpiração é regular a temperatura do corpo. Ou seja, no calor, o organismo secreta mais suor para manter-se em equilíbrio. Mas outros fatores também podem aumentar a quantidade. Estamos falando de situações de ansiedade e de tensão, de algumas doenças, como o hipertireodismo, e do uso de certos medicamentos, como os antidepressivos.
2. Como escolher um desodorante?
A maioria combina dois tipos de princípios ativos, os derivados de alumínio (cloridrato de alumínio e hidróxido de alumínio), que são capazes de controlar a saída do suor para a superfície da pele. Tem também os com triclosan e pindolato de zinco, agentes antibacterianos que combatem o mau cheiro. Você pode ainda escolher a fragrância que mais lhe agrada (e que dá uma força na hora de disfarçar o odor) ou produtos com substâncias calmantes e hidratantes, que ajudam a diminuir a irritação na pele das axilas.
3. O antitranspirante faz mal?
Não. Segundo os dermatologistas, o cloridrato de alumínio, principal ativo antitranspirante, não causa câncer ou entope os poros. Tanto que o FDA, órgão que regulamenta medicamentos e cosméticos nos Estados Unidos, libera os produtos que contêm essa substância numa porcentagem menor que 15%. Nem sempre dá para ver essa informação no rótulo, mas a maioria dos produtos segue a norma.
4. A alimentação altera o suor?
Alguns hábitos alimentares podem, sim, interferir no suor. É o caso do consumo exagerado de café ou chá que contenha cafeína. Eles influenciam na liberação da adrenalina, hormônio que aumenta a transpiração. Já comer alho em excesso e fumar costumam alterar o cheiro do suor.
5. Dá para evitar o mau cheiro?
Isso costuma acontecer porque as bactérias que vivem sobre a pele se “alimentam” da secreção da transpiração, causando o mau cheiro. Vale lançar mão de cremes e sabonetes com ação antibacteriana. Se o sintoma persistir, o melhor é procurar um dermatologista.
6. Existem pessoas que transpiram em excesso?
Há uma estimativa que 2% da população sofre com a hiperhidrose, nome médico para o problema. O tratamento indicado hoje em dia é a toxina botulínica, mesma substância usada para combater as rugas. Ela impede que o impulso nervoso envie mensagem às glândulas sudoríparas para produzirem o suor. O método não é definitivo, mas dura, em média, seis meses.
7. Mesmo usando bons produtos, continuo transpirando demais. Tem outra saída?
Há uma estimativa que 2% da população sofre com a hiperhidrose, nome médico para o problema. Além das axilas, o suor intenso pode aparecer na palma das mãos e na planta dos pés. O tratamento mais indicado hoje em dia é a toxina botulínica, mesma substância usada para combater as rugas. A substância impede que o impulso nervoso envie uma mensagem às glândulas sudoríparas para produzirem a secreção da transpiração. O método não é definitivo, dura cerca de seis meses.
8. O cheiro do meu suor é muito forte. Como acabo com o problema?
Isso tem o nome de bromidrose – não há necessariamente o excesso de transpiração, mas, em algumas mulheres, o odor é intenso mesmo usando desodorante. Assim, vale lançar mão de cremes e sabonetes com ação antibacteriana. Se o sintoma persistir, os dermatologistas também recomendam o uso da toxina botulínica. Com pouco suor nas axilas, as bactérias encontram menos “alimento” e o odor diminui.
*com informações da BOA FORMA