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Vida virtual

Depois da separação e da perda de seu primeiro filho, Carol tenta se recuperar buscando um emprego. Só não imaginava se envolver com prostituição virtual.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 04h30 - Publicado em 11 jan 2010, 21h00

Será que Carol vencerá os preconceitos e seguirá na nova profissão?
Ilustração: Ana Bento

Antes que eu comece meu relato, quero falar algumas coisas. Em primeiro lugar, não me julgue pelo que vai ler. O grande erro das pessoas é avaliar o outro sem de fato conhecer-lhe a vida, história, intenções e sentimentos. Ora, por mais que algo possa parecer estranho e condenável, nem sempre o é. E o mundo dá voltas. A gente pode estar estável hoje, mas nunca se sabe o dia de amanhã. Tudo muda numa fração de segundos. Aquela situação que você tanto condena pode, de repente, se tornar seu hábito, sua tábua de salvação. Alertada? Então, posso começar minha história.

O sobrado que havíamos acabado de alugar era lindo. Apesar de pequeno, estava recém-reformado, com paredes e portas bem pintadas. Tinha dois quartos: um para nós e o outro para o bebê que viria. Marcelo estava tão empolgado que parecia viver num mundo de sonhos. “Carol, já parou para pensar que em um mês nós nos casaremos?”, comentou, enquanto arrumávamos alguns itens do enxoval do nosso futuro lar. Sorri e acariciei a barriga. Desde que descobrira a gravidez, algumas semanas antes, meu dia a dia havia se transformado.

Para começar, Marcelo, que me namorava havia um ano e meio, decidira me pedir em casamento. Logo achamos uma casa para morar, larguei meu emprego para me dedicar a ele e ao nosso futuro filho, organizamos o casório, compramos móveis… Tudo como acontecia naqueles filmes românticos da Sessão da Tarde. Não podia me sentir mais feliz naquele momento.

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Até que um dia veio o mal-estar. Quase desmaiei. Marcelo estava no trabalho e o celular dele só caía na caixa postal. Peguei um táxi e fui sozinha para o hospital. “Meu Deus, o que está havendo?”, repetia, enquanto era levada, numa maca, para dentro do ambulatório. Finalmente, apaguei. Acordei com Marcelo sorrindo a meu lado. “Foi só um susto, amor, já vamos para casa”. Ao lado dele, uma enfermeira loira, muito simpática e de voz doce, confirmou que estava tudo bem. Fiquei feliz! Marcelo, então, se levantou rumo à porta. Quando ela se abriu, não havia nada, só um precipício sinistro. “Não!”, gritei ao vê-lo despencar. Nisso, acordei de verdade. Tudo havia sido um pesadelo.

Eu me sentia dolorida, febril e estranha. Uma enfermeira surgiu e apertou minhas mãos. Ela não sorria. Parecia triste. “Onde está meu marido?”, perguntei. “Ele já foi avisado. Está a caminho…”, respondeu. Continuei achando-a impaciente. “Avisado do quê?!” indaguei, ansiosa. Ela respirou fundo: “O seu bebê….”. Antes que ela terminasse a frase desabei a chorar.

Olhei para a porta e meu homem estava ali, parado. Veio em minha direção e eu o abracei. Queria sentir toda a sua força naquele momento difícil. “Perdemos nosso filhinho!”, repetia, aos prantos. Devagar, ele se soltou de mim. Aborrecido, me encarou. “Bem, vamos para casa”, disse friamente. Manteve esse mesmo ar frio e triste até aquela tarde de sábado, quando decidiu cancelar o casamento. Quando decidiu me abandonar e provocar a mudança mais radical de toda a minha vida.

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