Pousada dos Desejos – conto de Amor e Sexo
Após muito tempo sem emprego, Sílvia consegue o trabalho de recepcionista na charmosa Pousada dos Desejos. Aos poucos, ela começa a perceber que os hóspedes - brasileiros e gringos - não procuram por ali apenas os prazeres do mar... mas do sexo!
Sílvia não tinha ideia das surpresas que teria na Pousada dos Desejos
Foto: Dreamstime
Fiquei muito feliz quando a dona daquela pousada me ofereceu a vaga de recepcionista: eu estava há meses desempregada! Meu novo local de trabalho se chamava Pousada dos Desejos, tinha 20 quartos e ficava na Praia das Belezas, o balneário onde eu morava. Durante muitos anos, apenas hippies frequentavam aquele lugar, mas, aos poucos, turistas do Brasil todo e também gringos foram atraídos pelo cenário.
Quando era criança, gostava de aproveitar a praia com meus pais. Mas, depois que eles morreram, não fui mais. Preferia ficar na casa da vovó brincando com minhas bonecas. Não me conformava em tê-los perdido tão cedo naquele acidente de carro. Esse sentimento piorava quando via minhas coleguinhas voltando da escola de mãos dadas com seus entes queridos.
“Bem, Sílvia, meus hóspedes têm muito dinheiro. Gente elegante, mesmo! Por isso você precisa ser bem gentil e educada para que eles voltem sempre, entendeu?”, me falou Idalina, dona do local. Eu só fazia sinal afirmativo diante de tantas recomendações. Enquanto ouvia com atenção, só pensava na grana que ganharia: o dindim ajudaria no tratamento de saúde da vovó, que estava muito doente. O que sobrasse, guardaria numa poupança para um dia poder cursar minha sonhada faculdade.
Assim que abrimos as portas naquela segunda-feira quente, exatamente o primeiro dia de verão, me senti feliz e pronta para ser a recepcionista mais eficaz do mundo. Estava ansiosa para atender os primeiros clientes. Não demorou e o telefone começou a tocar: era gente querendo fazer reserva. Dois dias depois, chegou o primeiro casal. Um alemão e uma brasileira. Ele era alto, loiro, de fascinantes olhos azuis. Ela, morena, baixinha, de cabelos na altura da cintura. Para minha sorte, a moça falava o idioma do rapaz e traduziu o que eu dizia.
O valor que pagaram por três diárias era o mesmo que eu recebia num mês de trabalho. As espaçosas suítes, a comida preparada por um chef italiano e os empregados bem discretos justificavam o alto preço. “Aqui eles querem privacidade, curtir a vida sem ser incomodados”, completou Dona Idalina ao notar meu deslumbramento. Em menos de duas semanas, todos os quartos estavam ocupados por casais, homens solteiros, gays, gringos e turistas de outros estados.
Uma coisa me chamou a atenção: não havia uma família sequer ali. “As pessoas que vêm para cá são liberais e gostam de preservar a intimidade”, me disse uma copeira veterana. Eu ri, meio sem entender o que ela queria dizer. Ao ver uma loira italiana surgir de topless na recepção com a maior naturalidade do mundo, entendi o recado: não estava trabalhando em um hotel comum, mas num lugar onde as pessoas exalavam sexo por todos os poros… sem preconceito!