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Campanha usa animações fofas para falar de consentimento sexual

Consentimento é simples. Se não é ‘sim’, é ‘não’.

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 13h32 - Publicado em 10 mar 2016, 08h14
www.projectconsent.com (/)
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Consentimento sexual deveria ser algo simples de entender, mas para muitas pessoas – em especial homens – ainda é preciso desenhar. E foi isso que a americana Sara Li resolveu fazer ao criar o Project Consent (Projeto Consentimento, em tradução livre). De forma fofa, simples e didática, ela e uma equipe de voluntários está criando vídeos e cards para frisar que: se não é ‘sim’ é ‘não.’

Facebook/Project Consent
Facebook/Project Consent ()

– Estou cansada. 
– Entendido.

 

O projeto se propõe a debater a cultura do estupro e frisar a noção de que consentimento sexual envolve o SIM como base de tudo. Quem cala não consente e ponto final. Mesmo de forma simples, frisar isso é de extrema importância, tanto para aqueles homens que se utilizam do silêncio para praticar violência sexual, quanto para aqueles mulheres que ainda tem dúvidas em relação à linha tênue que divide o abuso do consentimento.

Sim, é uma linha tênue, vide as campanhas que pipocaram no carnaval explicando a diferença entre paquera e assédio. Vide também a incidência alarmante de casos de assédio e estupro envolvendo mulheres embriagadas ou sob o efeito de drogas. Vale lembrar que, em uma recente pesquisa realizada com universitários brasileiros, 27% dos homens entrevistados disse que não considera como violência abusar de uma mulher se ela estiver alcoolizada. E isso é absolutamente alarmante!

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É interessante ver que o projeto toca primordialmente num outro ponto que vem sendo debatido à exaustão, mas que AINDA não é compreendido por muitos homens: se uma mulher está curtindo a sua companhia, rindo das suas piadas e até mesmo beijando a sua boca, isso não significa que ela quer transar ou ter suas parte íntimas tocadas por você. E a cultura do estupro está tão institucionalizada na nossa sociedade que, inclusive, muitas meninas e mulheres acabam internalizando a culpa quando abusos desse tipo acontecem. “Eu não queria que ele passasse a mão em mim, mas dei abertura quando aceitei aquele drink” ou “Bom, agora que eu provoquei, vou ter que ir até o final mesmo”. Pare por um segundo para pensar quantas vezes você já esteve nessa situação, ou quantas vezes tomou conhecimento sobre relatos parecidos. Acontece que o jogo da paquera/sedução/flerte/pegação (chame como quiser) não deveria ser um caminho sem volta.

 

 

A campanha vem sendo criticada por ser light demais e por se embasar no fato de os homens não compreendem o que é consentimento quando, na verdade, a maioria dos abusadores sabe muito bem que está praticando violência sexual. De fato, o combate à cultura do estupro requer ações que vão muuuuuuito além, mas debater o assunto é sempre o primeiro passo. O Consent Project se propõe a ser didático e bem humorado para dar aquele pontapé inicial no diálogo sobre o que é a cultura do estupro. Ao final, o mote da campanha é superválido e brinca com o clássico “quer que eu desenhe?” para frisar que se não é ‘sim’ é ‘não’. Por mais simples que seja, essa mensagem infelizmente ainda precisa ser passada adiante. E coloca-la em pauta é sempre uma atitude digna de apoio!

 

 

 

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