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Betty Dodson, ícone da masturbação feminina, morre aos 91 anos

Betty Dodson dedicou décadas de trabalho em prol da liberação sexual feminina, disseminando técnicas de masturbação

Por Da Redação
Atualizado em 4 nov 2020, 11h03 - Publicado em 4 nov 2020, 10h54

O prazer feminino perdeu um dos seus ícones. A feminista sexóloga Betty Dodson morreu, aos 91 anos, no sábado, 31, em Nova York. Foram décadas dedicadas a ensinar mulheres a conhecerem seus corpos e se masturbarem.

Feminista, organizava oficinas de sexo voltadas ao autoprazer e a poderosas e libertadoras técnicas para atingir o clímax. Deu aulas, promoveu workshops e escreveu livros sobre o assunto.  Em “Sex for One”, de 1987, definiu o sexo consistente como “um caso de amor consigo mesmo.” O gozo feminino era encarado como um ato libertador e positivo para toda a sociedade, uma ideia que, se hoje é mais aceita, anos atrás era vista como revolucionária. Ajudar as mulheres nessa jornada era para ela uma questão de justiça social.

Artista, também produziu quadros em que a vulva se fazia protagonista. Seu método, aliás, envolvia, antes da atenção ao clitóris, a descoberta do corpo feminino, a percepção das diferentes formas e cores que a vulva pode assumir.

A arte foi o seu primeiro chamado profissional. Nos anos 50, Betty se estabeleceu em Nova York para se formar desenhista. Testemunhou a segunda onda feminista quando tinha 35 anos e acabava de se separar.  Já nos anos 60, foi bastante influenciada pelas ideias do livro The Mysticism of Feminism (1963), de Betty Friedan.

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O seu caminho, no entanto, era mais voltado à luta pela liberação sexual das mulheres e, como artista, desenvolveu a primeira exposição de arte erótica feminina na Wickersham Gallery. Alguns anos depois, projetou slides de vulvas na NOW Sexuality Conference. Muitas de suas exposições causaram grande controvérsia na época e seu trabalho foi por vezes mal compreendido e acusado, até por feministas, de pornografia.

No fim dos anos 60, Betty foi a primeira mulher a explicar em público como usar um vibrador. “Os homens riam de mim e davam apelidos vulgares, até meus irmãos, mas nunca me senti intimidada com isso”, declarou ao El País, em 2018. Naquele ano, com 89 anos, ela ainda se dedicava a ensinar técnicas de masturbação e, mesmo após tantos anos de trabalho, continuava vendo a repressão sexual como uma realidade, consequência, sobretudo, da religião, em especial, a católica. Mas, no entanto, via na internet uma ferramenta importante de melhora para a condição feminina.

Aos 90 anos, Betty  ainda seguia firme com suas oficinas de masturbação. Convidada de um dos episódios do Goop Lab, da Netflix, explicou seu método e causou sensação ao fazer Gwyneth Paltrow ficar vermelha diante das câmeras ao ouvir a resposta sobre o que acontecia em seus workshops. “Todo mundo goza”.

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Fora mais de 50 anos de workshops do gênero. O chamado ao ensino da masturbação começou também na década de 1960, quando, embalada pelas ideias e clima feminista, começou a reunir mulheres no que chamou de “festas sexuais”. Ao perceber que, muitas, não tinham a menor ideia sobre prazer sexual feminino, começou o seu trabalho pela autonomia sexual das mulheres. Suas experiências sexuais intensas e prazerosas, algo raro na época, davam as credenciais para a missão de compartilhar esse conhecimento que a tornou um dos maiores expoentes do ensino de técnicas para o prazer feminino.

Perdemos Betty para a cirrose hepática, segundo afirmou ao The New York Times, sua sócia  Carlin Ross. Mas seu mantra “orgasmos melhores, mundo melhor” ecoou por gerações e vai continuar a ser propagado pelas próximas.

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