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Jovem grega cria iniciativa para romper estereótipos acadêmicos

Como a experiência de uma jovem de se inscrever na universidade a inspirou a melhorar o sistema para as gerações futuras

Por Yannis Palaiologos
Atualizado em 8 mar 2018, 03h35 - Publicado em 8 mar 2018, 00h01
 (Unique Minds/Reprodução)
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Diana Voutyrakou representou a Grécia na Olimpíada Mundial de Robótica inúmeras vezes, e ela é uma das poucas mulheres cursando a Escola de Engenharia Elétrica da Universidade Técnica Nacional em Atenas. Apesar deste impressionante histórico, ela queria fazer mais para quebrar estereótipos contra as mulheres nas ciências e diminuir a disparidade de gênero na educação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

Assim, em 2016, aos 21 anos, ela e um colega, Pavlos Simentis, co-fundaram a Unique Minds (mentes singulares), uma ONG com a missão de informar os alunos do ensino médio sobre suas opções acadêmicas e de ajudá-los a tomar a decisão certa quanto ao que estudar. “A Unique Minds foi criada por causa dos estereótipos sociais que eu vivi como aluna do ensino médio, preparando minha candidatura à universidade, em combinação com a incapacidade do sistema de inspirar e ressaltar o melhor em cada aluno”, disse Voutyrakou. “Embora eu tivesse certeza sobre minha área escolhida, foi muito difícil convencer os que estavam a meu redor. Todos – família, amigos, professores – tentaram fazer com que eu concorresse em outra área, para ter certeza de que seria aceita em algum lugar”. Ela também sentiu que muitos outros estudantes em seu programa universitário não compartilhavam seu entusiasmo. “Eles escolheram a faculdade porque seus pais eram engenheiros, ou porque pensavam que poderiam se dar bem profissional e financeiramente”.

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Diana Voutyrakou em conferência (Unique Minds/Reprodução)

A Unique Minds preenche uma lacuna importante na política educacional grega. Mary Papayanni estava para se formar no ensino médio quando ficou sabendo da organização. “Ouvi falar sobre eles por acaso, pelo Facebook”, ela disse, observando que sua faculdade não oferecia serviços de orientação acadêmica. “No evento da Unique Minds realizado em Peristeri, aprendi muito sobre marketing como um curso acadêmico. É importante perguntar às pessoas da sua faixa etária como as coisas realmente são em cada departamento. Meus colegas de colégio e dos cursos de reforço escolar escolheram o curso que fariam na universidade com base nas perspectivas de emprego disponíveis durante os anos de crise econômica”.

Leia mais: Por que as mulheres foram afastadas da área de ciência da computação nas últimas décadas

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As atividades da Unique Minds se dividem em quatro categorias. Uma plataforma de colegas de faculdade conecta alunos com estudantes através de um bate-papo online; os vídeos do YouTube apresentam estudantes voluntários falando sobre suas faculdades; os eventos UNIque Days apresentam programas universitários a alunos do ensino médio através de oficinas interativas; e seminários de orientação profissional destacam a importância de se focar as candidaturas universitárias em interesses pessoais. Desde o final de 2016, a organização já chegou a quase 3 000 estudantes através de eventos ao vivo, e os vídeos já tiveram mais de 21 000 visualizações.

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Diana Voutyrakou em ação (Unique Minds/Reprodução)
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Voutyrakou acredita que a oferta de melhores informações para os alunos do ensino médio sobre as oportunidades e desafios que acompanham com cada formação acadêmica é vital. Mas ela sabe que a informação por si só não resolverá o problema da predominância esmagadora de homens nos cursos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática. “Trata-se de um problema que começa nos primeiros anos da escola primária”, ela diz, apontando que na Grécia “a percepção padrão é de que as meninas devem seguir uma linha acadêmica teórica ou estudar direito ou pedagogia, enquanto os meninos devem se interessar por ciências, tecnologia, engenharia e matemática”.

Ela acredita que a solução é puramente uma questão de educação, “oferecendo oportunidades iguais no colégio, incentivando as meninas a se interessarem por física e matemática, familiarizando os alunos com toda a gama de perspectivas disponíveis. As pessoas devem ter consciência de que as meninas não são menos adequadas que os meninos às áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática”.

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Workshop realizado pela Unique Minds (Unique Minds/Reprodução)
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*Por Yannis Palaiologos para Kathimerini

*Neste Dia da Mulher, CLAUDIA participa da ação internacional Women in Businesses For Good, da iniciativa social Sparknews, que visa
revelar inovações impactantes criadas por mulheres e seu potencial de ampliação ou replicação em outros países.

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