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“Descobri que meu filho, de 16 anos, tem um namorado. Como converso com ele?”

Especialistas ajudam a compreender e dialogar nesta situação

Por Maria Flor Calil
Atualizado em 22 out 2016, 16h13 - Publicado em 17 ago 2016, 13h29

Em primeiro lugar, é preciso entender que o fato de um adolescente ter um namorado (ou namorada) não significa que sua sexualidade já esteja definida. “Os jovens estão vivenciando hoje uma liberdade sexual inédita, talvez só comparável à dos hippies nos anos 1960”, afirma a psicóloga e psicanalista Vera Iaconelli, de São Paulo. O relacionamento do seu filho pode ser apenas uma experiência entre outras. Mas, se ele estiver de fato assumindo sua orientação sexual, é mesmo importante abrir caminho para o diálogo. Se tiver liberdade com o menino e quiser conversar com ele primeiro, sem problemas. Caso se sinta mais à vontade, comece a conversa pelo pai – tudo depende de como funciona sua dinâmica familiar. A ordem não importa, e sim cuidar para que o diálogo seja absorvido pela família de maneira natural e transparente.

Nossa sociedade está em processo de mudança sobre as questões relativas à homossexualidade. Estamos experimentando uma grande evolução, e isso está refletido na legislação, que garante o respeito à diversidade. No entanto, o preconceito, a discriminação e a violência ainda persistem (o ataque à boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, em junho passado, é um exemplo). “De alguma maneira, para a sociedade, ser homossexual é perder as credenciais masculinas e ser um homem desvalorizado”, aponta Marcos Nascimento, psicólogo e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Até por essa razão, a família deve ser o local do cuidado, da proteção, do afeto e da segurança. “Muitos jovens terminam por vivenciar a homofobia e a rejeição dentro da própria casa”, lembra Nascimento. Para evitar que isso ocorra, é necessário lidar de frente com a situação. Pai e mãe devem rever os próprios preconceitos e ser, sobretudo, acolhedores. “Com o apoio familiar, tudo fica menos difícil”, afirma o especialista.

Claro, a aceitação nem sempre é automática. Desde a gestação, depositamos nos pequenos uma série de expectativas, que frustram os pais e prejudicam o desenvolvimento dos filhos. “Eles ficam impedidos de explorar a própria personalidade, gostos e orientação sexual”, diz a assistente social Heloísa Capelas, especialista em desenvolvimento humano e diretora do Centro Hoffman, em São Paulo. Procure manter distância das idealizações e aceitar seu filho como ele é. “Conversar é importante, mas com o cuidado de não rotulá-lo por estar apaixonado por outro menino”, finaliza Heloísa.

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