6 dicas para melhorar sua contação de histórias e encantar as crianças
Não tenha medo de fazer vozes, caras e bocas e soltar a atriz que existe dentro de você!
“Meu filho pediu que eu parasse de contar historinhas para ele antes de dormir. Disse que o pai lia melhor e que era para eu ficar junto no quarto, para aprender como fazer. Achei engraçado e estou tentando assimilar o jeito dele, só que já expliquei que tenho desvantagem por ser engenheira e meu marido, publicitário”, conta Sabrina Mabel, mãe de Heitor, de 5 anos.
Mas parece que ter formação em humanas não garante o bom desempenho na contação de histórias para crianças. A advogada Juliana Cortez, por exemplo, se garante ao falar na frente de um juiz e de colegas, mas trava com um livro na mão na hora de colocar as filhas gêmeas Rebeca e Renata, de 3 anos, para dormir. “Perco o timing para colocar empolgação, até eu me acho chata contando histórias. Elas não reclamam, mas fico com dó”, diz.
Sabrina e Juliana fizeram desabafos desse tipo em um grupo de mães no Facebook e tiveram a empatia de muitas participantes, que se identificaram com a dificuldade. É seu caso também? Então vamos tentar resolver isso!
A pedagoga especializada em ensino infantil Beatriz Peres e a atriz Priscila Amorim deram ao MdeMulher seis dicas para melhorar a contação de histórias e encantar as crianças. “O principal é não sentir vergonha e aplicar algumas técnicas simples. Toda pessoa pode contar histórias de uma forma empolgante”, garante Priscila.
Vamos lá, então!
Leia o livro sozinha antes de apresentá-lo para as crianças
É preciso estar familiarizada com a história ao contá-la, saber todo seu desenrolar. “A contadora deve ser a ‘dona’ da história, conhecê-la de cor e salteado, do começo ao fim e de trás para a frente, porque as crianças muitas vezes querem relembrar algo que já passou e não dá para ficar voltando as páginas em busca de uma resposta. A resposta deve estar na ponta da língua para haver fluidez, ser legal para todo mundo”, afirma Beatriz. “Se há quebras, a mãe fica nervosa, as crianças ficam entediadas, todos perdem.”
Esse domínio você só consegue lendo o livro antes de usá-lo como a atração do pré-sono. Leia quantas vezes considerar necessárias até se sentir segura em relação à história.
Ensaie a contação da história em voz alta
Uma vez dominada a história, ensaie-a em voz alta. Decore, mas de uma forma gostosa: pense no ritmo que cabe em cada trecho, na continuidade do enredo. Priscila compartilha um truque que usa quando se prepara para contar histórias em festas (seu trabalho paralelo): “Grave sua contação e a ouça em seguida para checar onde pode melhorar ou se você já atingiu a perfeição.”
Dê toques pessoais à história
Você não precisa contar a história exatamente como ela está escrita – isso ficaria até chato, na verdade. Adapte frases à realidade da sua família, suprima uma passagem ou outra que poderá assustar ou entristecer seus filhos, acrescente algo relacionado que já tenha acontecido com os pequenos. Lembre-se: você é a dona da história.
Crie vozes para os personagens
Já pensou se todo mundo tivesse a mesma voz e falasse do mesmo jeito, no mesmo tom? Seria um tédio, não é verdade? O mesmo vale para os livros: pense em cada personagem como uma pessoa diferente, com vozes e jeitos de falar que acompanham suas personalidades. Aqui também cabe inventar caras e bocas que cabem em cada fala. “Não tenha vergonha. As crianças adoram e a contação fica muito mais envolvente”, diz Priscila.
Use brinquedos ou fantoches como apoio para a contação
Além de vozes, os personagens podem ter rostos – de fantoches ou brinquedos. “Até os seis anos, as crianças entram na brincadeira, ‘acreditam’ que aquela voz sai daquele acessório. Pode usar sem medo e sabendo que vai agradar”, sugere Beatriz.
Dica extra: alguns livros já vêm com fantoches e dedoches de cada personagem, o que facilita sobremaneira a vida da mãe que está sempre na correria e não consegue ou nem sabe como ir em busca de brinquedos avulsos.
Peça a participação e a opinião das crianças durante a história
Lembra dos toques pessoais dados à história? Aproveite-os para chamar as crianças para participarem deste momento – elas não precisam ser ouvintes passivas. Também é legal antecipar, com um pouquinho de suspense, o que estará na próxima página, perguntar o que elas acham que vai acontecer. O momento é de todos!