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Tatuadora de Curitiba ajuda mulheres vítimas de violência a esconder cicatrizes

Flávia Carvalho lançou projeto "A Pele da Flor" após cobrir cicatriz de menina agredida por um homem

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 23h15 - Publicado em 19 ago 2015, 15h30

Há dois anos, a tatuadora Flavia Carvalho teve um encontro que mudaria sua vida. Chegou ao estúdio uma mulher com uma grande cicatriz na barriga que desejava cobrir com um desenho. “Ela queria apagar aquela lembrança ruim, transformar em algo belo de olhar”, conta a curitibana de 30 anos. Durante a sessão, a jovem contou que havia sido esfaqueada por um homem dentro de uma boate. “Ele a abordou duas vezes pedindo para ficarem juntos e ela recusou educadamente. Foi quando ele a golpeou com um canivete”, lembra Flavia. Ao final da sessão, a jovem se olhou no espelho e começou a chorar. “Fiquei sensibilizada com a emoção dela e quis fazer algo por mulheres que passam por situações semelhantes”, lembra Flávia, que, na adolescência, sofreu agressão física de um namorado. “Mas não é só a física. Já adulta, sofri violência psicológica muitas outras vezes”, diz. Ela percebeu a dificuldade de concluir judicialmente casos do tipo e elaborou um projeto visando conscientizar as pessoas. Assim nasceu o “A Pele da Flor”, divulgado pela Secretaria da Mulher da Prefeitura de Curitiba em uma parceria inédita.

Há um mês, mulheres de todo país lotam as caixas de mensagem de Flávia no Facebook e email querendo contar suas histórias. “Converso com todas, ouço o que elas querem dividir. Tem até uma menina de Manaus querendo vir para cobrir sua cicatriz de agressão”, conta. Flavia já tatuou 4 mulheres. Por coincidência, todas quiseram desenhos com flores. “Elas chegam envergonhadas, com medo de reviver a lembrança, mas a mudança é visível, acontece ali na sala mesmo”, revela a tatuadora. “Depois, as acompanho pelo Facebook e vejo que a autoestima melhora. Antes, elas escondiam seus corpos; depois, passam a ir à praia, a usar vestidos”, completa.

O que mais impressionou Flavia foi a falta de resolução nos casos. “Na maioria dos casos, o agressor fica livre por ser réu primário ou nunca sequer foi indiciado”, explica. “Com o projeto, além de beneficiar as vítimas e melhorar a autoestima delas, quero levantar nas pessoas a discussão da impunidade de agressores a mulheres”, diz ela, que se define como feminista.

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