78% das brasileiras não querem saber de rótulos
Veja esse e outros dados de pesquisa feita em oito países com oito mil mulheres
Em estudo realizado em oito países, o Brasil foi o lugar com mais mulheres afirmando que se sentem fortalecidas para quebrar os rótulos unidimensionais que recebem. A pesquisa comportamental conduzida pela Gillette Venus contou com mais de oito mil entrevistadas. Em conversa exclusiva com CLAUDIA, Claudia Chan, consultora da pesquisa e estudiosa do empoderamento feminino, afirmou que mostrar ao mundo quem realmente somos é muito importante para as mulheres – afinal, muito mais do que os homens, somos cercadas por restrições sociais. “Nós crescemos influenciadas por crenças muito fortes sobre nós mesmas”, afirma a consultora. “Então, desenvolvemos uma forte necessidade de nos provar a nós mesmas e de pensar que precisamos ser perfeitas em 100% do tempo.” Para ela, um dos motivos que nos dá aquela sensação de nunca sermos boas o suficiente é ter pouca representatividade na política e nos negócios. “Igualdade de gênero em todas as esferas é urgente. Pense nas crianças e jovens mulheres. Você não pode ser aquilo que não pode ver”. Ela encerra com um conselho: “Sonhe grande. Mire em ser uma CEO, não uma gerente. Porque quanto mais alto você sonhar, mais alto conseguirá ir”.
Confira os números da pesquisa:
- 56% das mulheres sentem-se fortalecidas para quebrar os rótulos unidimensionais que recebem. Esse aspecto foi manifestado com mais ênfase no Brasil (78% das mulheres disseram SIM para essa questão), nos Estados Unidos (67%) e no Canadá (62%)
- “Assumir-se como se é realmente frente aos outros” e “encorajar os amigos a explorarem suas paixões” são as maneiras mais eficientes para combater os rótulos, segundo as entrevistadas. Os países que mais se destacaram nesses aspectos foram: Estados Unidos (58%), Inglaterra (56%) e Canadá (55%) para o primeiro tópico; Japão (62%), Estados Unidos (47%) e Alemanha/Canadá (45%) para o segundo item.
- Além de contarem consigo mesmas, as mulheres encontram forças para superar os rótulos com a ajuda de familiares e amigos íntimos. Esse dado é particularmente forte no Brasil (84% mencionaram a família e 32%, os amigos), no Canadá (77% citaram a família e 36%, amigos) e nos Estados Unidos (75% família e 52%, amigos).
- Quase dois terços das entrevistadas buscam apoio dos familiares e dos amigos para tomarem decisões e desenvolverem seu potencial plenamente. Destaque para a França (63%), a Rússia ( 67%) e o Canadá (66%), onde essas questões foram mencionadas com mais ênfase.
- 6 em cada 10 disseram que suas prioridades para o futuro são: ser fiel a si mesma e mostrar-se ao mundo como realmente se é. Esses itens apareceram com mais relevância nos EUA (70 %), na Alemanha/Canadá (69 %) e na Rússia (66%).
- Ao se descreverem para os outros, cerca de metade das mulheres (51% a 54%) preferiu fazê-lo mencionando “traços de personalidade” e/ou “interesses e paixões”. As porcentagens relacionadas ao primeiro aspecto desse item (traços de personalidades) são: EUA (61%), Canadá (59%), Alemanha / Rússia (58%). Quanto ao segundo, foram citados com mais ênfase nos EUA (60%) e Alemanha / Canadá (52%).
Os principais conselhos que as mulheres dariam para elas mesmas quando mais jovens são:
- Seja o que você quer ser” (53%), com maior tendência na Alemanha (59%), nos EUA (58%) e no Reino Unido (57%)
- “Escolha amigos que a apoiam como você é” (42%), com destaque para os EUA (55%), o Reino Unido (51%) e o Canadá (50%)
- “Assuma riscos e tente coisas novas (mesmo que sejam coisas fora do comum)” (40%). As entrevistadas dos paises que mais recomendaram essas atitudes foram: EUA (51 %), Canadá (50 %) e no Reino Unido (45%).