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Agnès Varda, icônica diretora do cinema francês, morre aos 90 anos

Mulher pioneira da Nouvelle Vague, aos 89 anos, ela tornou-se a pessoa mais velha a concorrer no Oscar.

Por Júlia Warken
Atualizado em 15 jan 2020, 21h19 - Publicado em 29 mar 2019, 10h47
BERLIN, GERMANY - FEBRUARY 13: Director Agnes Varda on stage at the Berlinale Camera award ceremony during the 69th Berlinale International Film Festival Berlin at Berlinale Palace on February 13, 2019 in Berlin, Germany. (Photo by Thomas Niedermueller/Getty Images) (Thomas Niedermueller/Getty Images)
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Agnès Varda, uma das diretoras de cinema mais prestigiadas de todos os tempos, morreu nessa sexta-feira (29), aos 90 anos. Ela sofria de câncer e faleceu em casa, cercada de familiares e amigos, segundo o o comunicado divulgado à imprensa.

A cineasta nasceu em Ixelles, na Bélgica, no dia 30 de maio de 1928, e morreu em Paris. Ela foi uma das pioneiras da Nouvelle Vague, o mais importante movimento do cinema francês. Foi também uma das pouquíssimas mulheres a atuar como diretora nos anos 1960.

A cineasta comandou mais de 50 filmes e só teve um indicado ao Oscar, “Visages Villages”, que concorreu na categoria de Melhor Documentário em 2018. Com 89 anos na época, Agnès tornou-se a pessoa mais velha a ser nomeada numa categoria competitiva do Oscar. No longa, ela divide a direção e o roteiro com um artista conhecido como JR.

Além de “Visages Villages”, seus filmes mais aclamados são “Cléo das 5 às 7”, de 1962, “As Duas Faces da Felicidade”, de 1965, e “Os Renegados”, de 1985 e “As Praias de Agnès”, de 2008.

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Agnès Varda é um nome que figura em dez entre dez listas de mulheres que mereciam ter sido indicadas ao Oscar de Melhor Direção. Até hoje apenas cinco mulheres concorreram ao prêmio. Ainda são muito raras as diretoras que conseguem ter reconhecimento no cinema e Agnès tornou-se um ícone de resistência no meio.

Para tentar contornar a dívida que tinha com a cineasta, a Academia do Oscar concedeu a ela um prêmio honorário – o Governors Awards – pelo conjunto da obra. Algo parecido aconteceu também no Festival de Cannes, que deu dois prêmios honorários à cineasta – um em 2010 e outro em 2015. Nas categorias competitivas da premiação francesa, ela foi indicada três vezes e sagrou-se vencedora somente em 2017, por “Visages Villages”.

Na época em que recebeu o reconhecimento da Academia, Agnès deu uma declaração a respeito de outro problema que enfrenta: a dificuldade de fazer filmes artísticos, pois eles não geram dinheiro. Mesmo com enorme prestígio e inserida no circuito do cinema francês, cineastas como ela enfrentam problemas para viabilizar seus projetos.

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“Eu disse no Governors Award que nenhum dos meus filmes gerou dinheiro. Mas eu tenho um monte de prêmios. Eu não sei se isso é uma compensação – o dinheiro não está lá. Mas prêmios? Eu tenho um armário cheio”, disse em entrevista a Vulture.

Dentre os prêmios mais importantes que conquistou ao longo da extensa carreira, Agnès soma os três já citados em Cannes, o Governors Award, dois vencidos no Festival de Berlim – ambos por “Duas Faces da Felicidade”, em 1965 – , três no César – por “Ulysse”, em 1983 e “As Praias de Agnès”, em 2008, além de um prêmio honorário em 2001 -, um no Spirit Award – por “Visages Villages” – e três no Festival de Veneza – todos por “Os Renegados”, em 1985.

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