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Por Autoras convidadas
A convite de CLAUDIA, escritoras refletem sobre temas da contemporaneidade e das vivências femininas
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Como evoluímos juntos na jornada por um mundo corporativo mais humano?

Homens e mulheres são complementares e precisam estar com forças unidas com o mesmo propósito para fazer a transformação

Por Joana Adissi, diretora-geral de vacinas da Sanofi
11 abr 2022, 13h50

Sou Joana Ferreira Adissi, hoje estou como Diretora Geral de Vacinas na Sanofi Brasil. Atuo há 23 anos no mundo corporativo em multinacionais de diferentes setores: bebida, alimento, higiene, limpeza e farmacêutico. Desde sempre acreditei na igualdade. Hoje, cada vez mais, aprendendo e entendendo o impacto necessário e real quando falamos em equidade, acho que muito dessa crença está baseada na minha história de vida. Venho de uma família com referências de mulheres muito fortes: avós, mãe, tia, irmã, e fui criada em uma família na qual a mulher sempre teve igualdade de espaço e um grande estímulo para se posicionar.

Com essa referência e base, entro no mundo corporativo e percebo que as coisas não são bem assim. Ambiente que há 23 anos era ainda mais dominado por homens, no qual gerentes, diretores e presidentes eram sempre homens e onde muito rápido entendi e acreditei que para ser “aceita” deveria me “adequar”. Com isso, criei uma personagem com uma bela de uma armadura! 

Sempre me posicionei, me fiz respeitar e, muitas vezes, até temer. Depois de uma longa jornada de autoconhecimento e muita reflexão, entendi o quanto estava distante de quem sou na essência e do quanto toda essa “dureza” construída para me defender e ganhar espaço havia cobrado um preço alto de mim: rigidez, perfeccionismo, autoexigência, autocobrança, totalmente sem limites. E, pior do que isso, a tomada de consciência de que esse comportamento do personagem criado reforçava e alimentava tudo aquilo que eu queria transformar.

Como o mundo conspira e a energia atrai aquilo que precisamos, ganhei um livro de presente que traz um conceito e uma mensagem que se encaixam como uma luva na resposta que eu buscava. O livro Liderança Shakti diz que nós seres humanos, homens e mulheres, somos compostos por 50% de atributos masculinos (força, ação, coragem, foco em resultado, etc) e 50% de atributos femininos (empatia, vulnerabilidade, trabalho em equipe, sensibilidade, criatividade, etc). E que para nos sentirmos plenos, precisamos ter os dois lados integrados e em equilíbrio.  E mais, que um lado não vive sem o outro, pois são complementares. De que adianta ter criatividade se não tiver ação, de que vale entregar resultado se não tiver trabalho em equipe? 

E quando refletimos um pouco mais sobre como o mundo corporativo foi criado, começamos a ter mais clareza sobre a base de sua construção.  Na revolução industrial surge o mundo corporativo, mergulhado na cultura patriarcal estabelecida, com o objetivo de foco, produtividade, agilidade, velocidade e entrega de resultados – 100% atributos masculinos, criado por homens e para homens, os quais eram a força de trabalho da época.  Atributos femininos não foram incluídos nessa conversa e até hoje muitas vezes não são valorizados e nem mesmo reconhecidos. 

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A reflexão é que essa falta de reconhecimento dos atributos femininos em homens e mulheres como necessários para trazer equilíbrio e principalmente criar ambientes mais acolhedores, seguros, e empáticos hoje, e mais ainda com a pandemia, urge para passar a ser reconhecida. A cultura patriarcal é opressora para mulheres, como essa vala que vemos e sabemos de todos os 200 anos que nos distanciam da equidade, mas também é opressora para os homens, que não podem sentir, que não podem ser vulneráveis, que têm que ser os provedores e que não podem nunca dizer que não sabem.

Então a pergunta de 1 milhão de dólares: como humanizar o mundo corporativo? E eu queria muito ter aqui as três dicas do guia mágico para uma execução rápida e perfeita! Mas infelizmente ainda não descobri. Proponho reflexões e algumas ideias iniciais sobre como dar um passo: 

  1. A alta liderança precisa estar envolvida de verdade. Se a alta liderança não for modelo em seu discurso, mas principalmente em suas atitudes, não há credibilidade e ações concretas não vão acontecer. A alta liderança precisa ter a consciência do problema e querer/acreditar na necessidade da mudança 
  2. A conscientização de toda a população da empresa de que equidade de gênero não é “coisa de mulher”, mas responsabilidade de todos nós e que a opressão ocorre para ambos os gêneros, homens e mulheres  
  3. Criar ambientes mais diversos começando por gênero e, para isso, ajudar as mulheres na autoestima e empoderamento criando grupos de suporte e diferentes ações de desenvolvimento nesse sentido. Será ainda mais difícil ter mulheres na liderança se elas não quiserem estar lá por não acreditarem em sua própria capacidade ou ainda não querer conviver nesse ambiente hostil sem acreditar no seu poder e protagonismo na transformação.  

E por último, refletir que Equidade de Gênero, não deveria ser uma luta, porque na luta é um contra o outro, um perde e o outro ganha e esse não é o caminho aqui. Homens e mulheres são complementares e precisam estar com forças unidas com o mesmo propósito para fazer a transformação! 

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