Uma seleção especial de peças compõe o décor deste apartamento em SP
Ao se mudar para este apê, menor do que o anterior, a moradora fez um garimpo em suas coisas e trouxe apenas as peças que de fato importavam para ela
“Se está aqui, faz sentido para mim. Se não combina com o meu atual momento, foi embora.” Assim a moradora descreve o acervo trazido para este apê de 250 m², nos Jardins, em São Paulo.
Quando decidiu se mudar para um lugar menor, ela sabia que teria de deixar muitas coisas de fora – e adorou praticar o desapego. “Vim de um apartamento enorme, cheio de espaços onde eu raramente entrava e peças que eu mal via. Buscava o oposto disso”, fala.
A arquiteta Michelle Novak entendeu bem o desejo e ajudou no garimpo. “Misturamos itens que a proprietária já tinha com móveis novos de estilo despojado. A ideia era apostar em conforto e zero afetação”, lembra. Esse arranjo, segundo Michelle, aparece em trabalhos de nomes como Jader Almeida e Felipe Protti, autores de várias das criações reunidas aqui.
A arquitetura de interiores segue a mesma linha. “Escolhi esse piso porque a moradora ama andar descalça”, conta a arquiteta, mostrando os tacos de madeira de demolição (que ela mandou lixar para eliminar farpas). “Os elementos naturais têm tudo a ver com esse espírito”, aponta.
A arte, da mesma forma, mereceu atenção especial no projeto: apaixonada pelo assunto, a proprietária tem uma coleção e tanto. Mas também nesse quesito ela precisou ser seletiva, pois havia muito mais obras do que os ambientes poderiam receber.
“Escolhi as que mais me encantam, sem pensar no valor comercial, e vendi o restante”, lembra. O desprendimento, além da questão espacial, só trouxe alegrias. “Ao longo dos anos, aprendi a abrir mão de coisas que não me interessam mais, em todos os aspectos – inclusive materiais.”
Por isso, olhar para os espaços bem aproveitados e admirar as telas que a acompanharam na mudança, de artistas como Tomie Ohtake e Alfredo Volpi, faz tão bem à moradora. “O que vejo ao redor resume a minha história.”