Recebi as chaves do apartamento! E agora? O que eu faço?
É hora de criar a arquitetura de interiores, ou seja, escolher e harmonizaros acabamentos que farão a base para a decoração. Saiba como acertar nas escolhas.
A arquitetura de interiores compõe o pano de fundo sobre o qual móveis, objetos e acessórios irão conviver. Por isso, precisa ser bem orquestrada a fim de aceitar diferentes estilos de decoração e evitar arrependimentos futuros.
Clique para ler: quais decisões você precisa tomar primeiro
1. Encomende um projeto de interiores ou, ao menos, defina a distribuição do mobiliário e dos equipamentos eletrônicos. Isso é crucial para averiguar se os pontos de elétrica estão nos lugares certos.
2. Forro de gesso: sim ou não? Como o serviço faz muita sujeira, precisa ser o primeiro. O recurso dá liberdade ao projeto de iluminação, mas rouba 15 cm do pé-direito, que deve somar, no fim, pelo menos 2,40 m.
3. Confira a altura do contrapiso antes de escolher o revestimento. O piso eleito precisa ter espessura compatível com o vão existente. Há desde laminados de 10 mm até assoalhos de 2,5 cm.
4. Investir em um projeto de marcenaria faz toda a diferença para quem quer deixar tudo em seu devido lugar. Sob medida, o aproveitamento de cada cantinho de cozinha, sala ou quarto é maior.
5. Verifique os metais de cozinha e banheiros. Se as peças entregues pela construtora não agradam, um truque é manter registros neutros e só trocar a torneira da pia, por exemplo, por uma mais vistosa.
Clique para ler: o valor de um bom projeto
Como os caminhos a seguir são muitos, o melhor é contar com um guia. “O jeito mais simples de evitar erros é contratar um profissional e fazer um projeto de interiores que considere as necessidades dos moradores e as soluções possíveis para cada ambiente. Ele orienta a aquisição de acabamentos e ainda resulta em uma obra mais racional”, ensina o designer de interiores Roberto Negrete.
Clique para ler: acabamentos ficam a sua escolha
As construtoras costumam entregar a área social dos apartamentos novos no contrapiso e você terá de revesti-la de um piso que dê ao local o valor que ele merece, além de ser durável. Pesquise fotos de referência, visite showrooms e coloque tudo na ponta do lápis. Enquanto a madeira e o mármore são opções mais nobres (e mais caras), é possível obter ótimos efeitos, a custos mais módicos, com porcelanato, tecnocimento, placas cimentícias e laminado. “Lembre que o piso precisará do arremate de um rodapé que disfarce imperfeições e contribua para o visual”, diz o arquiteto Maicon Antoniolli. “Se não fosse arquiteto e recebesse meu apartamento na estaca zero, optaria por materiais neutros, que dialogassem entre si sem interferir na decoração. Até porque ela pode mudar com o tempo”, afirma Antoniolli. O mercado está cheio de bons e belos revestimentos. Mas é consenso entre os profissionais que o melhor é optar por poucos deles e usá-los de modo coeso em todo o projeto: isso produz a unidade visual. Não é agradável quando parece que você está em outra casa cada vez que vai de um ambiente ao outro.
Clique para ler: saiba como a marcenaria planejada organiza a vida
Ter onde guardar suas coisas após a mudança dá a dimensão da importância de planejar a produção de armários e estantes. Antes de tudo, avalie se você prefere móveis sob medida ou modulados. “A questão é que nem sempre os modulados se encaixam bem no espaço disponível”, pondera o arquiteto Marco do Carmo, sócio de Alberto Lahóz, que sempre opta por trabalhar com marceneiros autônomos. Mas isso não é consenso entre os profissionais. Há quem dê preferência à garantia e à qualidade das empresas de móveis planejados. Se o dinheiro não der para executar toda a marcenaria de uma vez, aqui vai uma dica de Roberto Negrete: “Pense no que, para você, será mais incômodo manter em caixas após a mudança. Se forem panelas, faça primeiro o armário da cozinha. Se forem roupas, priorize o do quarto”. A marcenaria pode ainda ir além do armazenamento e oferecer outras soluções para ganhar espaço, como portas de correr e fundos de armário que substituem paredes.
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Os acabamentos que serão entregues instalados pela construtora no imóvel vêm relacionados em um memorial descritivo. Ao lê-lo, se você perceber que eles não são de seu agrado (o que é muito comum em cozinhas e banheiros), já pode pedir que a colocação nem seja feita. Isso evita o trabalho e o desperdício de remover um revestimento novo. O mesmo pode acontecer em relação aos metais. “Nesse caso, pode-se trocar apenas as torneiras por peças de design especial”, sugere a arquiteta Luzia Ralston, da Faz Arquitetura.