Casa oferece conforto e sofisticação cercada pela mata nativa
No meio do caminho tem uma casa: no alto da serra fluminense, esta morada tem a sofisticação e os confortos com o que o proprietário sempre sonhou para reunir a família
Os fins de semana da família Coelho da Rocha, na década de 1960, eram marcados por uma rotina que ficou impressa na memória do pequeno Marcos, ainda criança na época. Invariavelmente, todos subiam a serra para se reunirem na casa do avô, em volta de uma mesa farta, com fogo na lareira e cercados pela natureza exuberante. “Aquelas cenas são o retrato da minha infância. Depois, a propriedade foi vendida e fiquei com vontade de, um dia, ter de novo um lugar assim”, conta.
Esse momento chegou há cerca de três anos, quando ele, já advogado, pai de duas meninas e gourmet nas horas vagas, resolveu comprar um terreno de 8 mil m² em Araras, localidade a cerca de uma hora do Rio. “Essa é a distância perfeita. Você vai subindo a serra e, sem sentir, tudo em volta muda. Dá para sair do trabalho e jantar por lá sem estresse”, diz.
Em seguida, convidou um antigo conhecido para pilotar o projeto, Luiz Eduardo Almeida, sócio de Roberto Figueiredo na carioca Ouriço Arquitetura. E, na primeira reunião, já levou algumas ideias de como imaginava seu refúgio de sonhos. “Adoro a fachada de tijolos maciços do restaurante Gero e pedi que usassem esse material. Então eles vieram com a proposta do pé-direito duplo, das esquadrias metálicas pretas e de um ar de galpão industrial. O diálogo começou naturalmente e foi um prazer essa nossa troca. Nossos encontros eram um programão”, lembra o proprietário.
Não foi à toa que o resultado da empreitada foi tão bem-sucedido. Cada sugestão de Luiz e Beto era recebida com entusiasmo por Marcos, que pediu que incluíssem no projeto todos os confortos a que ele tinha direito. “Não houve ali economia de regalias. Há sauna a lenha, sala de massagem, spa, adega, home theater, uma bela cozinha e uma piscina deliciosa. E muito espaço aberto no jardim para as meninas brincarem”, revela Luiz, que foi o protagonista de um episódio que Marcos adora contar. “Em um dos nossos papos, ele foi desenhando rapidamente a pérgula. Chamou o esboço de esquete safado. Eu achei um luxo. Pedi para levar e dei ao empreiteiro, pedindo que seguisse aquele traço, tim-tim por tim-tim. Ficou o máximo, perfeita”, lembra, frisando que Luiz é um desenhista nato.
A decoração, feita aos poucos e com a ajuda talentosa de Beto, mistura móveis garimpados na serra sobre o piso de madeira de demolição e salpica peças bacanas, trazidas de viagens frequentes. “Este lugar me faz um bem danado. Aqui me sinto, literalmente, em casa.”