Apartamento decorado com design, arte e cultura em São Paulo
Uma enorme biblioteca para abrigar livros, espaços especiais para quadros de grandes artistas e muitas peças de design completam os 180 m² deste arejado apartamento
Escritora e professora de redação, a moradora deste apartamento é tão apaixonada por arte e design como pelas palavras. Ao se mudar de uma casa de 350 m², em Barueri, SP, para a paulistana Vila Madalena, ela quis se cercar dos objetos de seu afeto. “A estética faz bem à alma”, diz. Esse desejo de ressaltar o belo guiou o projeto criado pelo arquiteto Ricardo Miura e pela designer Carla Yasuda: uma arquitetura de interiores limpa, que acolhe obras de arte, livros e lembranças de viagem.
Saiba onde a moradora se inspirou
A principal referência para a decoração foi o livro Simple Home, Calm Spaces for Comfortable Living, de Mark & Sally Bailey (em tradução livre, Casa Simples, Espaços Calmos para um Viver Confortável). “Queria algo assim: minimalista”, conta a moradora. Alcançar essa leveza exigiu algumas medidas, como esconder os equipamentos de som e vídeo. “Eles ficam no módulo branco de marcenaria, sob a janela da sala de jantar, e são acionados por um controle remoto universal”, diz Carla. O único aparelho à vista é a TV de 63” da sala.
Paixão pela arte foi incentivada pelos pais da moradora
Acostumada a conviver com arte desde pequena – seus pais eram colecionadores e frequentavam ateliês de artistas nos anos 1960 e 70 –, a moradora investe em obras que a emocionam. Atrás do sofá, abaixo, ela reuniu telas de Artur Barrio (toda azul), Marco Magalhães (ao centro) e José Moura-George. Veem-se ainda quatro fotos em preto e branco de Álvaro Elkis, dispostas na vertical na entrada do apartamento. “Amei o tom de azul da tela do Barrio e a opção por um desenho simples, quase ingênuo. Tem a ver com a minha fase atual de vida”, declara. Um momento sereno, como se deduz pela escolha da tela de Mariannita Luzzati para a sala de jantar, vista na abertura da reportagem.
Como ela guarda os 3 mil livros
Da sala de estar, vê-se o coração do apartamento: o home office, rodeado pela biblioteca. “No projeto inicial, havia outra estante, que fecharia o espaço. Mas preferi manter tudo aberto”, diz a moradora, cercada de obras de seus autores preferidos. O desenho da marcenaria levou em conta a quantidade de livros a armazenar – cerca de 3 mil volumes. “Optamos pelo acabamento de laca branca para não deixar o ambiente pesado”, diz Carla. “Este é o local em que a moradora passa mais tempo. Tinha de ser agradável.”
Porta camufla a bagunça
Já que a biblioteca tem função de escritório (é onde a moradora recebe seus alunos) e está integrada à sala, era importante prever um esconderijo para a bagunça. A solução foi inserir uma miniestação de trabalho em uma coluna da estante e fechá-la com uma porta de correr ripada. Assim, o notebook, a impressora, o roteador de internet, cadernos, pastas de arquivo e papéis diversos não ficam à vista. Quando a proprietária precisa utilizar o notebook ou imprimir algo, é só deslizar a porta.