“A carreira de executiva só faz sentido se a mulher estiver completa e feliz”, declara Flávia Verginelli, diretora do Google
Foto: Getty Images
Vencer barreiras e alcançar postos de liderança em mercados ainda dominados pelos homens não é uma tarefa fácil. Mas as oito homenageadas da primeira edição brasileira do Women to Watch – iniciativa criada em 1997 pelo Advertising Age, nos Estados Unidos, com o objetivo de valorizar as conquistas femininas e destacar profissionais inovadoras e talentosas – conseguiram! No evento que ocorreu na última sexta-feira (30), com realização de Meio & Mensagem, grandes mulheres do mundo dos negócios e da indústria da comunicação debateram a crescente ascensão feminina e revelaram importantes lições para chegar ao topo da carreira. Confira!
Comprometimento
Para Polika Teixeira, 42, sócia e presidente da DM9 Rio, não há segredo para crescer profissionalmente, senão “dedicação, dedicação e mais dedicação”. Formada em comunicação social pela PUC-RJ, com dois MBAs pela COPPEAD/UFRJ, Polika reforça que sem empenho não se constrói uma trajetória de sucesso. Essa entrega ao trabalho deve ocorrer de forma natural, com foco no futuro, como destaca Maria Luiza Askar López, 38, diretora de mídia da Unilever desde 2008: “nunca trabalhe simplesmente pelo quanto você ganha”, aconselha a publicitária formada pela ESPM. Independentemente da posição ocupada, todo profissional – seja homem ou mulher – recebe cobranças que vão além do seu cargo.
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Vida pessoal X profissional
Tanto trabalho assim muitas vezes vem acompanhado da culpa. Com os diversos papéis assumidos pelas mulheres, surge o conflito entre vida pessoal e profissional. Ao Meio & Mensagem, Polika declarou que ama trabalhar e ama suas filhas (com 7 e 9 anos de idade) e que “essas relações são possíveis se você souber vivê-las da forma mais intensa e verdadeira possível”.
Andrea Alvares, 42, diretora-geral do negócio de snacks da Pepsico Brasil, afirma ter se sentido mais culpada em outros momentos da carreira, mas que deixou esse sentimento para trás. Mãe de três filhos com idade entre 6 e 14 anos, a administradora formada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) compreendeu que o trabalho faz parte de quem ela é e diz que a tornou uma mãe melhor. Quando o assunto é a busca mais harmoniosa entre vida pessoal e profissional, Andrea fala com serenidade sobre a importância de impor limites e fazer compensações: “se eu tive de sair mais tarde do trabalho hoje, então amanhã vou fazer o máximo possível para sair mais cedo e poder buscar meus filhos na escola. Não é necessário trabalhar com o equilíbrio sempre, mas observar como essa conta fecha no fim do mês”.
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Homenageadas no evento realizado em São Paulo, no hotel Grand Hyatt
Foto: Bruno Polengo
Nada de “supermulher”
Para Maria Luiza, outra questão que deve ser levada em consideração neste duelo entre carreira e vida pessoal é que, além de as mulheres terem conquistado a chance de ocupar o topo da pirâmide corporativa, hoje elas têm a liberdade de perceber que não precisam ser perfeitas em tudo. Elas podem ser boas mães, esposas e profissionais sem se cobrarem tanto – o que está relacionado a uma lição valiosa de Andrea: aprender a pedir ajuda quando necessário. “Criar uma rede de pessoas com as quais você sabe que pode contar. Afinal, ninguém está sozinho”, afirma.
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Na lista de Andrea Alvares ainda tem espaço para outra importante lição: ter disciplina. Não parece uma tarefa simples? Para a executiva, tudo depende do quanto você deseja realizar algo, pois isso serve de motivação e faz o trabalho valer a pena. “Quando você constrói um caminho com muito esforço envolvido, o êxito é sempre mais saboroso”, ressalta Andrea.
Mentores
Ter pessoas que acreditam no que você faz e que estão dispostas a ouvir o que você tem a dizer é uma unanimidade entre as homenageadas. Grandes profissionais passaram por suas carreiras e, de alguma forma, ajudaram-nas a evoluir. “Tive a sorte de trabalhar com muitas mulheres fortes”, declara Maria Luiza. Para Paula Nader, os mentores nem sempre são os chefes. “É necessário observar as pessoas à sua volta. Ter referências! E, em algumas situações, imaginar como aquele profissional no qual você se inspira reagiria”, afirma.
Enfim, o sucesso
Nascida na Alemanha e formada em engenharia química pela Universidade de Cornell, de Nova York, a diretora da unidade de negócios de sandálias da Alpargatas, Carla Schmitzberger, 51, defende que o sucesso é resultado de um trabalho consistente – o que é ratificado por Paula Nader, 42, diretora de marca e marketing do banco Santander: “você deve olhar para a bola e nunca para o placar. Treinar, treinar e treinar. A vitória é consequência”.
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Para Fernanda Romano, 39, sócia e diretora-geral de criação da Naked e única profissional já homenageada com o Women to Watch em dois continentes, o mais importante é nunca achar que você “chegou lá”. As pessoas não podem acreditar que já conquistaram tudo o que deveriam. Acomodação é uma palavra que deve ser riscada do vocabulário de quem realmente deseja galgar posições e subir cada vez mais na hierarquia das empresas.
Homenageadas
O time de executivas que tiveram seus trabalhos reconhecidos na primeira edição do Women to Watch Brasil é conta ainda com Claudia Sender, presidente da TAM Linhas Aéreas, e Flavia Verginelli, diretora de soluções de publicidade do Google para América Latina. Assista ao vídeo e veja outras lições das homenageadas:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=jWhheGzRLrc%5D