Por mais infeliz que você esteja no seu emprego, abandoná-lo pode ser uma decisão muito difícil.
Uma pesquisa recente do LinkedIn mostra o descompasso entre a vontade e a ação: enquanto 85% dos usuários da rede social estão abertos a novas oportunidades profissionais, apenas 25% buscam vagas de forma ativa.
Uma explicação possível para essa tendência à estagnação é que as grandes movimentações de carreira costumam ter um gatilho muito mais emocional do que racional, explica Tomas Chamorro-Premuzic, professor de psicologia na University College London (UCL).
“Os seres humanos são naturalmente condicionados a temer e evitar a mudança, mesmo quando estão completamente descontentes com sua situação atual”, escreveu ele no site da revista Harvard Business Review.
Esse “escudo” emocional explica a permanência de tantas pessoas em empregos que trazem apenas monotonia e irritação.
Embora não haja uma fórmula para saber a hora certa de mudar, diz o professor, alguns sinais críticos podem balizar essa decisão.
No site da HBR, Premuzic citou cinco desses fatores, com base em pesquisas acadêmicas sobre psicologia e comportamento. Veja a seguir:
1. Você não está aprendendo nada
Estar num emprego em que tudo já foi desvendado pode ser terrível, sobretudo se você é particularmente curioso e criativo, diz Premuzic. Pesquisadores já demonstraram, aliás, que um dos segredos para um envelhecimento feliz e tranquilo é continuar trabalhando com algo que ofereça aprendizados e desafios constantes. Se a mesmice se tornou insuportável para o seu cérebro, é melhor assumir o risco e se lançar a uma nova oportunidade.
2. O seu desempenho anda baixo
Ligar o trabalho no “piloto automático” é um sintoma preocupante. Segundo o professor da University College London, é melhor abandonar uma atividade que você tem feito sem muito capricho. “Mais cedo ou mais tarde isso vai prejudicar o seu currículo e a sua empregabilidade”, escreve ele na HBR.
3. Você não é reconhecido
Não se sentir valorizado pelo seu trabalho é uma bomba-relógio. Estafa, faltas, sabotagem e até roubos podem ser consequências do sentimento de invisibilidade diante do chefe, mostram pesquisadores da Malásia. Ainda que o salário e as perspectivas de crescimento sejam excelentes, a ausência de reconhecimento é um motivo forte para considerar outro empregador.
4. O dinheiro é a sua única motivação
Ter uma boa remuneração está no topo das prioridades de muitos profissionais, diz Premuzic. Porém, nem no caso deles a contrapartida financeira é suficiente para a felicidade. “Recompensas financeiras tiram espaço de objetivos como diversão, curiosidade ou aprendizado”, escreve o professor. Se o seu único interesse é o depósito na sua conta bancária, é bom considerar alternativas para não se frustrar.
5. Você não se relaciona bem com o seu chefe
Não adianta: por mais que adore o trabalho e a empresa, você será infeliz se não se der bem com o seu gestor. Segundo uma pesquisa da consultoria Hogan Assessments, 75% dos profissionais consideram a interação com o seu supervisor imediato a parte mais estressante de seus empregos. Se é impossível “curar” a sua relação com o seu chefe, é melhor buscar uma nova oportunidade, aconselha Premuzic.