Veterinário é proibido de oferecer consulta grátis a animais da periferia e caso gera indignação na web
Ricardo Fehr Carmargo atendia de graça aos sábados em São Carlos (SP)
Um caso envolvendo trabalhos de caridade de um veterinário está causando grande repercussão nas redes sociais. O veterinário de São Carlos (SP) Ricardo Fehr Carmargo desde janeiro passou a oferecer consultas gratuitas em sua clínica.
A ideia do projeto era ajudar animais cujos donos não podem pagar por consultas. A ação voluntária, que reúne a família dele em seu consultório, iniciou o atendimento de cães e gatos gratuitamente. O trabalho era realizado sempre aos sábados, das 9h às 15h.
Na redes sociais, ele revelou que foi impedido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de realizar os atendimentos gratuitos no consultório. Indignado, o médico postou um vídeo na internet que já tem mais de 7 milhões de visualizações.
Segundo Ricardo, o conselho entendeu que sua ação não pode ser caracterizada como utilidade pública. Em nota, o conselho esclareceu, por sua vez, que ações de utilidade pública são aquelas realizadas por entidades sem fins lucrativos como, ONGs, instituições públicas ou entidades e empresas a elas conveniadas, tendo total apoio do órgão quando a sua finalidade estiver vinculada ao atendimento de animais carentes.
Um processo ético será aberto para julgar se o profissional é ou não culpado. A penalidade pode chegar até a cassação do exercício profissional.
No código de ética e conduta do CRMV, o artigo 20 afirma que “Ao médico veterinário não é permitida a prestação de serviços gratuitos ou por preços abaixo dos usualmente praticados, exceto em caso de pesquisa, ensino ou de utilidade pública”.
O conselho afirmou que exerceu sua competência legal e constatou que o veterinário é registrado e deve, por isso, seguir toda a legislação pertinente à atuação profissional.
Inconformado, o veterinário postou nas redes sociais um vídeo gravado no momento em que ele foi abordado pela fiscal do CRMV. Ela fez várias advertências e entregou a ele um exemplar do código de ética.
Assista o vídeo do desabafo do profissional: