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Um roteiro para 3 dias deliciosos em Buenos Aires

Um passeio com cultura, comida e caminhadas relaxantes na capital argentina

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 out 2019, 12h50 - Publicado em 14 out 2019, 12h45

Desci em Ezeiza, um dos aeroportos de Buenos Aires, num dia frio. Frio de fazer a boca tremer enquanto eu esperava o carro me buscar no estacionamento. Nesse clima, mesmo com um casaco quentinho, é quase impossível não pensar em comida. Em Buenos Aires, então, só me vinha à cabeça doce de leite, queijos, vinhos e uma boa carne: os básicos da culinária argentina. Os cardápios acabariam me surpreendendo, mas mais sobre isso em breve. Antes vamos ao hotel.

Fiquei hospedada no delicioso Hub Porteño. Localizado na Recoleta, é necessário apenas uma breve caminhada até pontos turísticos obrigatórios. Dá para ir até o Cemitério da Recoleta e o Centro Cultural de mesmo nome – que só abre meio-dia, então é bom se programar para não chegar tão cedo. Sei que parece estranho visitar um cemitério, mas esse tem algumas esculturas belíssimas e você vai notar uma aglomeração em torno do túmulo de Evita Perón, atriz que foi primeira-dama do país. Se você gosta de passeios culturais, dê um pulo no Museu Nacional de Belas Artes (não confunda com o Malba) e faça a visita guiada na Biblioteca Nacional.

(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)
(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)

Buenos Aires é a cidade perfeita para um rolê de bicicleta. Num dia ensolarado, recomendo alugar uma para visitar o Museu de Arte Latinoamericano, o Malba. O instituto é um projeto de um economista chamado Eduardo F. Costantini. Ele coleciona as obras e abriu o Malba para oferecer arte à população argentina. Durante a minha estadia a exposição em cartaz era do argentino Leandro Erlich. Duas obras eram muito comentadas. Em uma delas, com uma placa enorme presa à fechada do museu, ele colocava o estabelecimento à venda. Aquilo causou reboliço na cidade por dias. Estaria o Malba prestes a fechar? Precisei dar um Google para entender melhor, admito. A outra obra é uma simulação de piscina que toma dois andares. Você pode estar “debaixo” da água ou sobre ela. Olha eu aí “debaixo d’água”.

(Lucas Landau/CLAUDIA)
(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)

O Malba pode tomar uma tarde toda. Complete o passeio com jantar no Don Julio, um dos 50 melhores restaurantes do mundo, segundo lista do grupo William Reed Business Media. Há uma variedade de carnes suculentas preparadas com esmero e servidas de acompanhamentos como batatas fritas e legumes. Caso queira algo um pouco mais leve, a recomendação é seguir para o Fayer, um árabe moderninho, com apresentações diferentes para pratos como o homus de beterraba e o pastron, uma carne curada por dez dias em especiarias e depois cozida por 24 horas a fogo bem baixo. Dá para ficar só nas entradinhas, dividindo tudo.

Se um dos dias da estadia for domingo, vá direto para a Feira de San Telmo, com antiguidades espalhadas em barraquinhas de rua. É um sem fim de itens curiosos. Tem discos de vinil, fotos antigas de pessoas desconhecidas, panelas, pratos, roupas. Se não estiver por Buenos Aires em um domingo, o Mercado de San Telmo abriga algumas barracas permanentes, mas é bem menor. Em seguida, vá a pé até o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, com enormes obras coloridas e algumas até interativas. Tem espaço para as crianças e uma cafeteria deliciosa. Para almoçar, a pizza do restaurante Nápoles é uma opção. A comida ali não é o destaque, mas o espaço é incrível: um galpão enorme com todo tipo de peça de antiquário. Tem carros de corrida, cadeiras de cabeleireiro antigas, roupas à venda, esculturas, móveis, lustres e relógios. Enquanto espera seu prato, vasculhe as araras – algumas roupas têm ótimo preço.

(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)
(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)

Dali, pegue a avenida que ladeia Porto Madero e caminhe olhando a margem até a região da Casa Rosada. Na Plaza de Mayo, lugar das tradicionais manifestações políticas do país, há ainda a Catedral Metropolitana. Ali está enterrado o corpo do General José de San Martín, que lutou pela independência de países da América Latina da Espanha. Siga depois para o Centro Cultural Néstor Kirchner, o terceiro maior centro cultural do mundo. Instalado no antigo prédio dos Correios, abriga teatros e uma exposição de arte contemporânea. Encerre a noite no Trade Sky Bar, o mais novo rooftop da cidade. Há áreas cobertas e descobertas. O indicado é reservar, pois as filas de espera são enormes. Lá de cima, tomando os drinques deliciosos e delicados, aprecie o pôr do sol. 

Por fim, não dá para não passar por Palermo. Dividida em sub-regiões, como Palermo Soho, Palermo Hollywood, Palermo Viejo, a área oferece uma infinidade de passeios. Em Palermo Soho, ande pelas pequenas vielas cheias de grafites coloridos nas paredes. Entre nos cafés e livrarias – cada um mais fofo do que o outro. Fica a dica: Buenos Aires tem livrarias inteiras especializadas em literatura feminista. Há também lojas para comprar lembrancinhas e muitas roupas. Depois, vá até o Jardim Botânico observando os diferentes prédios no caminho. A arquitetura é uma das características mais ricas de Buenos Aires. Por ali fica também o tradicional Jardim Japonês. Pegue o táxi para o Narda Comedor, o restaurante da genial Narda Lepes, famosa figura da televisão argentina. Os pratos sazonais são surpreendentes. Que tal uma cebola cozida quase translúcida com purê de batata e caldo de carne (abaixo) ou um arroz coreano preparado à mesa? Peça muitas coisas e divida. Os sabores são realmente impressionantes. Encerre a noite tomando os drinques do Orilla. No bar comandado por Inés de los Santos há uma versão achocolatada do Old Fashioned (feito com uísque), uma bebida que mistura coco e lavanda e um spritz com suco de pepino.

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(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)
(Lucas Landau/CLAUDIA)
(Lucas Landau/CLAUDIA)

Buenos Aires é dessas cidades que vale visitar sempre que puder. Com voos tão frequentes e rápidos, eu sou a favor de ir em feriados, pequenas escapadas ou uma folga inesperada. Além do clima delicioso, a cidade é quase toda plana e permite caminhadas longas ou passeios de bicicleta. Recorra também ao metrô – tem uma linha superantiga, toda de madeira grafitada. Os táxis não são caros, mas deixe para situações específicas. Esse roteiro é focado em boas comidas. A culinária portenha cresceu muito nos últimos anos e seria uma tristeza não aproveitar esse boom. A comida não é exatamente barata, se aproxima dos preços de São Paulo. Mas eu juro que vale cada centavo. Eu pretendo voltar em breve, então, se tiver novos lugares para indicar, me manda a dica!

(Isabella D'Ercole/CLAUDIA)

 

Agradecimentos ao Ente de Turismo do Governo da Cidade de Buenos Aires e ao hotel Hub Porteño

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