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Tipos de parto: miniguia para a futura mamãe

Normal? Cesariana? Ou em casa? Nem sempre dá para escolher o tipo de parto. Mas conhecer as possibilidades ajuda a ficar tranquila na hora H

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 29 out 2016, 00h08 - Publicado em 9 nov 2010, 22h00

A maioria dos especialista corcorda: se tudo vai bem, o parto ideal é o que a mulher escolhe por se sentir mais confortável
Foto: Getty Images

O que não falta na vida da grávida é conselho sobre o parto: “Você só se sente completa se for normal”; “cesárea é bem mais prático”; “nada como a tranquilidade do lar”… Fora que muitas famosas também fazem campanha defendendo uma ou outra técnica e influenciando muita gente. Mas decidir a maneira como o bebê virá ao mundo não é tarefa simples e nem sempre depende de você. Tanto que a maioria dos especialistas concorda em um ponto: se tudo vai bem, o parto ideal é o que a mulher escolhe por se sentir mais confortável e no controle do nascimento do filho. Se houver complicações ou imprevistos, porém, a opção certa é a que traz mais segurança e benefícios ao bebê e à mãe. Conheça os vários partos e as vantagens, desvantagens e indicações de cada um deles.

O que é bom saber

NORMAL

Como é* – Via vaginal. Intervenções como anestesia, episiotomia (corte que o médico faz no períneo para facilitar a saída do bebê) e indução das contrações por meio de soro são práticas aceitas. Apesar disso, permite a participação da mãe em todo o processo. Técnicas de relaxamento e ambiente hospitalar aconchegante minimizam o desconforto.
Quem pode – Fisiologicamente, todas as mulheres estão preparadas para ele. É a primeira indicação dos médicos desde que não existam situações de risco para a mãe ou o bebê que exijam outro tipo de procedimento.
Riscos – Ruptura do útero durante o trabalho de parto caso a mulher tenha sido submetida a cirurgias anteriores.
Benefícios – Baixo risco de infecção materna. Menor incidência de complicações respiratórias para o bebê no pós-parto. Favorecimento do vínculo entre mãe e filho, que é levado para o colo da mãe e amamentado imediatamente ao nascer.
Recuperação – No mesmo dia. Ao final da anestesia, a mulher já pode levantar.
Anestesia – Peridural, ráqui (raquidiana) ou bloqueio duplo, combinação de peridural com ráqui.

NATURAL

Como é* – Via vaginal. A mulher é a agente do processo e nenhuma intervenção é feita, mas é preciso contar com uma equipe (médico, obstetriz e assistente), que entre em ação em caso de imprevistos. Como não há analgesia, pode não ser o ideal para quem é muito sensível à dor. Seus adeptos não falam em dor do parto, e sim em “ondas”. Segundo eles, ao entender o processo, a mulher relaxa, o que minimiza o impacto das contrações.
Quem pode – Toda mulher cuja gestação não esteja exposta a nenhum fator de risco materno ou fetal.
Riscos – Os mesmos do parto normal.
Benefícios – Os mesmos do parto normal.
Recuperação – Praticamente imediata.
Anestesia – Nenhuma.

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NA ÁGUA

Como é* – Via vaginal. Pode ser feito no hospital ou em casa. A mulher fica dentro de uma banheira com água aquecida a 36 ºC. Para algumas, o contato com a água proporciona conforto e alívio; para outras, isso não basta. Precisam de suporte de medicação e, às vezes, até de oxigênio. Deve ser acompanhado por uma equipe (médico, obstetriz e enfermeira).
Quem pode – Mulheres que relaxam quando estão na água. Não é recomendado para diabéticas, hipertensas ou parturientes com bebês grandes ou pequenos demais.
Riscos – Os mesmos do parto normal.
Benefícios – A temperatura da água alivia as dores das contrações e o stress, aumenta a irrigação sanguínea, relaxa a musculatura e facilita a saída do bebê.
Recuperação – Praticamente imediata.
Anestesia – Nenhuma.

DE CÓCORAS

Como é* – Via vaginal. O que muda em relação ao parto normal é a posição da mãe, que, em vez de ficar deitada, mantém-se de cócoras. Também existe uma cadeira especial, criada para esse tipo de parto, na qual a gestante fica a uma altura que permite ao obstetra ter um bom campo visual e auxiliar o trabalho.
Quem pode – Qualquer mulher fora de situações de risco que indiquem outras técnicas. É imprescindível que o bebê esteja posicionado com a cabeça para baixo.
Riscos – Os mesmos do parto normal.
Benefícios – A saída do bebê é mais rápida e cômoda devido à ação da gravidade. A posição provoca o alargamento natural da pélvis, aumentando a abertura para a saída da criança com menos dor.
Recuperação – Praticamente imediata.
Anestesia – Local, em caso de episiotomia.

FÓRCEPS

Como é* – Via vaginal. O obstetra utiliza um instrumento cirúrgico semelhante a duas colheres, o fórceps, que ajuda a retirar o bebê do canal.
Quem pode – É um procedimento de emergência definido pelo obstetra. Aplica-se, por exemplo, quando há sofrimento fetal ou a mulher não consegue mais fazer força.
Riscos – Pode machucar o períneo da mulher, com pequeno risco de danos à bexiga ou ao ânus. Às vezes, o bebê sofre uma lesão temporária na cabeça ou no nervo facial.
Benefícios – Finalização do parto de forma segura.
Recuperação – No mesmo dia. Ao final da anestesia, a mulher já pode levantar.
Anestesia – Local, em caso de episiotomia.

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VÁCUO EXTRATOR

Como é* – Via vaginal, é uma variação mais moderna do fórceps. Utiliza um instrumento cirúrgico com ventosas, que são posicionadas na cabeça do bebê, sugando-o um pouco mais para fora a cada contração.
Quem pode – Também é um procedimento definido pelo obstetra para lidar com casos de sofrimento fetal, emergências ou quando a mãe não consegue mais fazer força durante o parto.
Riscos – O bebê pode nascer com a cabeça em formato cônico, efeito que desaparece em poucos dias. Às vezes, forma-se um hematoma na cabeça da criança que se cura em uma semana.
Benefícios – Agiliza o parto, permitindo lidar de modo seguro com algumas complicações.
Recuperação – No mesmo dia. Ao final da anestesia, a mulher já pode levantar.
Anestesia – Nenhuma.

CESÁREA

Como é* – Via transabdominal. É uma cirurgia como outra qualquer. Após a anestesia, o médico corta várias camadas até chegar ao útero, onde o bebê é alcançado e retirado. Em seguida, a placenta é removida e o corte suturado.
Quem pode – Segundo a Organização Mundial da Saúde, só deve ser utilizada quando há risco de vida ou de danos permanentes para a mãe ou o bebê. Exemplos: quando a criança é grande demais; está encaixada em posição difícil (atravessada ou com o ombro voltado para baixo); encontra-se em sofrimento fetal; há problemas como descolamento de placenta ou placenta prévia; existe risco de rompimento uterino; o cordão umbilical sai antes do bebê; acontece uma crise de eclâmpsia. Mulheres hipertensas, e com tumores benignos também se beneficiam da técnica.
Riscos – Maior ocorrência de infecções por ser uma cirurgia. Pós-parto mais doloroso. Maior tempo de internação hospitalar. Complicações com a cicatrização, como formação de queloides em quem tem propensão. Experiência de parto negativa.
Benefícios – Evita complicações graves. Em alguns casos, é capaz até mesmo de salvar a vida da mãe e/ou do bebê.
Recuperação – Lenta. É preciso fazer repouso por pelo menos cinco dias. E nada de esforço por 30 dias. A recuperação total da musculatura pélvica só ocorre depois de seis meses.
Anestesia – A peridural é a mais usada, mas é possível utilizar a ráqui, o bloqueio duplo ou ainda anestesia geral para mulheres que não podem receber a ráqui ou precisam de uma intervenção imediata.

* Só existem duas vias de parto. A vaginal, na qual a expulsão do bebê ocorre pela pressão que as paredes do útero exercem sobre a criança, e a transabdominal, quando a criança é retirada por meio de uma incisão no abdome materno. O que muda nos partos vaginais é a forma como eles são conduzidos. E é bom lembrar também que o chamado parto Leboyer, apesar do nome, é uma filosofia de cuidados com a gestante e o bebê que se aplica a qualquer tipo de parto.

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**Consultores: Abner Lobão Neto, ginecologista e obstetra da Universidade Federal de São Paulo; Alberto d’Auria, obstetra e diretor da Pro Matre Paulista; Eduardo Cordiolli, obstetra e coordenador da maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein; Mario Macoto, obstetra da Pro Matre Paulista; Nylson Szylit, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein – todos de São Paulo.

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