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Rio 2016: treinadora de recordista olímpico tem 74 anos e não pensa em se aposentar

Conheça a maravilhosa Anna Botha, figura decisiva na conquista do sul-africano Wayde van Niekerk, nos 400m rasos.

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 06h14 - Publicado em 17 ago 2016, 16h01
Reprodução/Twitter @WaydeDreamer (/)
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Quando Wayde van Niekerk cruzou a linha de chegada – quebrando o recorde mundial dos 400m rasos – a reação de uma senhora na arquibancada chamou a atenção de todo mundo. Ela era Anna Sofia Botha, treinadora que já é uma lenda viva do atletismo na África do Sul. Só que quando Anna desceu para a pista, a fim de abraçar seu pupilo, ela foi barrada pelos seguranças do Engenhão. Eles não imaginavam que aquela senhorinha era a treinadora do corredor! “Havia seguranças em todas as entradas e eles simplesmente não me deixavam passar”, disse ela, em entrevista ao The New York Times.

Gafes à parte, de fato é uma surpresa saber que Anna, aos 74 anos, segue firme e forte, treinando corredores de alta performance na University of the Free State, em Bloemfontein, a capital jurídica da África do Sul. Ela nasceu na Namíbia e trabalha com isso há quase 50 anos, mas conta que ainda não pensa em aposentadoria. “Você nunca fica velho demais para aprender. Eu continuo amando o que faço e continuo amando os meu atletas. Então eu não vejo motivos para eu me aquietar e ficar em casa brincando com meus dedos”, declarou.

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Wayde van Niekerk quebrou um dos recordes mais antigos do atletismo na semana passada e ele conta que Anna teve um papel determinante nessa conquista. “Ela é uma mulher maravilhosa e desempenhou um papel enorme para fazer com que eu estivesse aqui hoje. Ela me manteve muito disciplinado e focado nessa jornada”, contou o medalhista. Também foi Anna quem decidiu que van Niekerk passaria da categoria de 200m para a de 400m. E ela apostou certíssimo!

A treinadora é  conhecida por todos como Tannie Ans (que significa Titia Ans, em afrikaans) e seus pupilos a definem como uma mulher extremamente exigente, mas com um coração gigante. “Ela nos trata como se fossemos seus filhos”, conta o recordista. Durona, mas sem perder a ternura, bem com aquele jeitinho de avó que a gente conhece bem. E Anna já é bisavó, inclusive!

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Mesmo treinando corredores desde 1968, essa é a primeira Olimpíada da treinadora. E, apesar de ser a veterana que é, ela não acredita que deve ser tratada de forma diferente por conta da idade. Anna, inclusive, respondeu com espanto aos jornalistas que queriam saber tudo sobre sua história depois da corrida de van Niekerk. “Ser treinadora é o que eu faço no meu dia a dia. Não é algo inovador, é apenas algo normal”. 

Ao final, não tem como ficar indiferente à história da bisavó que conquistou a todos no Rio de Janeiro. Anna é a prova viva de que nunca é tarde para seguir confiando em si mesma, com boas doses de persistência e colocando o coração em tudo o que a gente faz. Vida longa a essa maravilhosa!

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