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Rio 2016: Atletas mais jovem e mais velha têm quase 50 anos de diferença!

Uma sobreviveu a um terremoto, a outra pratica hipismo há cinco décadas e só agora se classificou para as Olimpíadas. Conheça as histórias de superação de Gaurika Singh e de Julie Brougham.

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 06h36 - Publicado em 9 ago 2016, 13h29
Facebook/Gaurika Singh e nzequestrian.org.nz/Libby Law Photography (/)
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Além de ser um grande encontro de culturas e etnias, os Jogos Olímpicos mostram que também são uma reunião de diferentes gerações. Esse ano, a média de idade dos atletas é de 26 anos, mas o Rio de Janeiro recebe competidores de 13 a 62 anos de idade. São 49 anos de diferença entre a nadadora Gaurika Singh e a amazona Julie Brougham. 

Apesar da diferença de idade, ambas estão participando pela primeira vez de uma Olimpíada. Acredite se puder: Julie pratica hipismo há mais de 50 anos e só agora garantiu uma vaga nos Jogos. Isso que é perseverança!  E a trajetória da caçula Gaurika também não foi fácil. A garota sobreviveu a um terremoto que matou mais de 8 mil pessoas no Nepal, em 2015.

Al Bello/Staff/Getty Images
Al Bello/Staff/Getty Images ()

A caçula da Rio 2016 completou 13 aninhos em novembro e estreou sua carreira olímpica no último domingo (7). Ela nadou os 100m costas e venceu sua bateria, mas terminou em 31º e não se classificou. Mesmo assim, não há dúvidas de que a garota já é uma vencedora. Em abril do ano passado, Gaurika sobreviveu a um terremoto que dizimou o Nepal. Além das mais de 8 mil vítimas fatais, 35 mil pessoas perderam suas casas no desastre. A nadadora mora desde os 2 anos de idade na Inglaterra, mas estava visitando o país natal com a mãe na ocasião. 

Facebook/Gaurika Singh
Facebook/Gaurika Singh ()

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“Foi horrível. Eu estava no quinto andar de um prédio do qual não tinha como escapar. A gente se escondeu por 10 minutos debaixo de uma mesa no centro do quarto e depois desceu as escadas. Por sorte, era um prédio novo e não caiu. Eu me senti tão grata por ter sido uma das sobreviventes… Então é ótimo estar aqui e poder dar um pouco de orgulho ao meu país”, disse a garota em entrevista a ESPN. 

nzequestrian.org.nz
nzequestrian.org.nz ()

Com quase 50 anos a mais do que nepalesa, Julie Brougham encabeça o time das veteranas, aos 62 anos. Mas ela é veterana só na idade, pois essa é a primeira Olimpíada da neozelandesa, que compete na categoria de adestramento individual. E foram muitas décadas de treino para chegar até aqui! A amazona nasceu em uma tradicional família equestre e aos 7 anos ganhou seu primeiro pônei. De lá para cá ela colecinou títulos nacionais na Nova Zelândia e chega ao Rio como a terceira mulher a representar seu país no hipismo. Nesse esporte, homens e mulheres competem de forma mista. 

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Phil Walter/Staff/Getty Images
Phil Walter/Staff/Getty Images ()

O hipismo, aliás, é conhecido como a modalidade olímpica com maior contraste etário. Em 2008, nos Jogos de Pequim, a brasileira Luiza Almeida tornou-se a atleta mais jovem da história do hipismo olímpico (contando homens e mulheres). Ela tinha apenas 16 anos e, curiosamente, o atleta mais velho daquela edição dos Jogos também competia no mesmo esporte. Era o japonês Hiroshi Hoketsu, que tinha 67 anos na época e que voltou a competir em Londres, aos 71! O mais impressionante é que Hoketsu viria ao Rio, mas desistiu por conta de uma lesão do cavalo. Ele seria o atleta mais idoso da história das Olimpíadas, pois está com 75 anos.

E se você acha que esse encontro de gerações é um fenômeno atual, a senhora não sabe da Olimpíada a metade! O recordista como atleta mais jovem de todos os tempos é o francês Marcel Depaillé, que competiu na prova de remo em 1900, na segunda edição dos Jogos modernos. Ele tinha míseros sete anos de idade! O menino entrou na competição de última hora, substituindo um timoneiro holandês. Dentre os veteranos, o sueco Oscar Swahn foi recordista em 1920, na extinta prova de tiro ao veado. Ele tinha 72 anos e conquistou a medalha de prata na ocasião. 

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