Premiação muito desigual em campeonato de skate gera revolta

No campeonato Oi Park Jam o prêmio oferecido à campeã feminina equivale a menos de um terço do que ganhou o campeão masculino.

Por Júlia Warken
Atualizado em 17 jan 2020, 09h41 - Publicado em 30 jan 2018, 10h24

Realizado na última semana, o campeonato de skate Oi Park Jam está gerando um debate mais do que necessário sobre o machismo no esporte. A polêmica toda começou a partir de uma foto que mostra os vencedores das categorias feminina e masculina.

Na imagem vemos que a atleta Yndiara Asp recebeu 5 mil reais, enquanto Pedro Barros ganhou 17 mil. Ou seja, ambos competiram no mesmo torneio, mas ele recebeu mais do que o triplo em relação a ela.

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Os campeões do @oiparkjam 🔥@pedrobarrossk8 🇧🇷 e @yndiaraasp 🇧🇷–> com o destaque do campeonato @luizfrancisco_sk8 🇧🇷e os vencedores do Best Trick Oi Longest Board @chrisrussell_mbk 🇺🇸e @coryjuneau 🇺🇸Parabéns a todos os atletas e ao público de Itajaí SC que compareceu em peso e agitou as arquibancadas do @edempraiabrava 🤘🏽🔥@digaoi_oficial #oiparkjam #oskatejunta #skateboard #skate #sk8 #olympicgames

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Postada nesse domingo (28), através do Instagram oficial do campeonato, a foto vem gerando muita repercussão. E as opiniões estão divididas, lógico.

Enquanto as mulheres em peso – e vários homens também – veem o caso como um exemplo claro da inequidade de gênero, muitos caras defendem que as atletas mulheres deveriam agradecer pelo espaço que é dado a elas em um evento como esse.

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Frente à polêmica, a organização do campeonato resolveu se manifestar, dizendo que as mulheres representam menos de um terço dos competidores e que a maioria delas é amadora, enquanto os caras são profissionais.

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Temos recebido alguns questionamentos sobre a diferença de premiação do Oi Park Jam, realizado no último domingo, e entendemos que este é um debate importante para o desenvolvimento do skate no universo feminino. O número de praticantes de skate ainda é diferente entre os gêneros e o Oi Park Jam reflete essa realidade, com 23 homens (22 profissionais e entre os mais bem colocados no ranking mundial e 1 amador) e apenas 10 mulheres (em sua maioria amadoras) competindo. As premiações levaram em conta, portanto, a participação qualitativa e quantitativa de skatistas profissionais, que por consequência leva a um maior grau de dificuldade para se chegar às primeiras colocações. Para mudar esse quadro, nos esforçamos para garantir que as mulheres tivessem a oportunidade, inédita, de competirem num evento de skate com visibilidade nacional e relevância internacional. O Oi Park Jam tem como premissa estimular a popularização do skate e o aumento da participação das mulheres nessa cena, historicamente masculina. Temos ainda a intenção de, através do estímulo ao skate feminino, quebrar mais barreiras e preconceitos para, em um futuro próximo, conquistar o objetivo de ter o mesmo número de homens e mulheres praticantes, profissionais e amadores, o que levará, naturalmente, à equivalência nas premiações. Estamos comprometidos com o debate sobre igualdade de gênero e vamos continuar nos esforçando para a inserção da mulher no skate em igualdade de gênero.

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