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O que os pais devem considerar ao mudar as crianças de escola

Para quem pretende matricular o filho em uma nova escola no ano que vem, a saga começa agora. Veja o que levar em conta ao escolher a instituição mais adequada.

Por Beatriz Vichessi (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 00h27 - Publicado em 13 jul 2015, 10h39
Getty Images
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Não existe escola perfeita. Talvez exista uma ideal para o seu filho, mas ela não será unanimidade entre familiares e amigos e, provavelmente, em determinado momento não vai lhe agradar em algum aspecto. Da mesma forma, não há um número específico de instituições a ser visitadas para encontrar essa escola mais adequada. Há quem assine o contrato de adesão tranquilamente logo na primeira inspeção, como a obstetriz Ana Paula Garbulho, que buscava uma proposta alternativa para Bruno, 3 anos. Vanessa Pedrosa, fonoaudióloga, porém, visitou 20 colégios antes de definir onde Michelle, 5 anos, seria matriculada. Mas há aspectos que merecem sua atenção na hora de entrevistar os educadores e lugares mais indicados tanto para as necessidades do seu filho como para as suas.

Esse processo em geral tem início no segundo semestre, quando várias instituições abrem o período de matrícula, e só é concluído mesmo no seguinte, pouco antes do começo das aulas. Ter esse tempo é ótimo para que várias questões possam ser colocadas em xeque. “Afinal, a escola é o segundo espaço social com que a criança tem contato”, lembra Regina Scarpa, diretora pedagógica da escola Vera Cruz, em São Paulo. “Ali, ela aprende a conviver com as diferenças e a lidar com frustrações, além de ampliar seu universo cultural.” Se a mudança for às pressas, no meio do ano, seja qual for o motivo, é essencial pedir que a antiga instituição ajude os pais a organizar os registros sobre o que foi ensinado e o que ainda estaria por vir naquele ano letivo. “Isso auxiliará os novos professores a ter uma referência sobre suas expectativas”, explica Sarah Weiler, coordenadora pedagógica da Stance Dual School, em São Paulo. Também é possível pedir que educadores dos dois lados conversem sobre aquele aluno se ele estiver enfrentando algum problema em uma disciplina específica.

O essencial

A família precisa sentir confiança na instituição escolhida e compartilhar com ela princípios e valores. “Pais e escola dividem a responsabilidade de educar. Se pensam de formas diferentes, fica complicado para o estudante se adaptar”, aponta Luciana Bittencourt Fevorini, diretora do Colégio Equipe, em São Paulo. Os adultos devem, ainda, se sentir à vontade no ambiente e ter a certeza de que existe espaço de diálogo com os educadores. Não tenha medo de parecer enxerida: avaliar a proposta pedagógica também faz parte do processo. Os pais podem pedir para apreciar atividades produzidas pelos alunos da mesma idade que já estudam ali e conversar com o coordenador pedagógico ou com o diretor sobre as expectativas de aprendizagem e a diversidade em sala de aula. “Isso implica perguntar o que se espera que as crianças aprendam até o final do ano e como isso é encaminhado”, diz a diretora pedagógica Regina Scarpa. E mais: a instituição disponibiliza recursos extras aos estudantes que precisam de acompanhamento personalizado, como monitoria e aulas de reforço?

Estilo de vida

A coordenadora pedagógica Sarah Weiler recomenda solicitar o projeto político-pedagógico oficial ou ao menos a missão da escola – que resume a abordagem e as teorias seguidas – e entrar em contato com pais que tenham filhos matriculados lá para saber como isso se traduz na prática. Se você não conhece ninguém, uma possibilidade é ir à escola no horário da entrada ou da saída e conversar com algumas famílias. “Saber qual a carga de dedicação aos estudos em casa é outra prioridade”, lembra Ricardo Aguirre, coordenador de relações institucionais e cultural do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, em relação aos alunos do ensino fundamental em diante. Ele conta que lá, por exemplo, os jovens que gostam de ter muitos fins de semana livres e viajar bastante provavelmente terão dificuldade de se encaixar, já que a exigência é alta.

Pé no chão

Existem outros pontos que à primeira vista podem parecer burocráticos, mas na prática fazem muita diferença: a mensalidade precisa caber no orçamento familiar e o tempo do trajeto entre a residência e a instituição não pode ser longo demais a ponto de se transformar num problema nem em atrasos consecutivos. Para a doula Gabi Prado, esses elementos foram muito importantes na procura por uma nova escola para Violeta. “Eu e meu marido somos autônomos, não temos horários fixos. Então, não podemos depender de muita logística para levá-la à escola e buscá-la.” Gabi ainda quis instituições que aceitassem negociar os valores cobrados e fazer parcerias ou trocas de serviços. “Acredito muito nesse formato de relação.”

O que perguntar na entrevista em cada etapa de ensino

As questões variam de acordo com a idade da criança. Avalie a segurança das respostas e se elas vão ao encontro do que você espera da instituição

Educação Infantil (até 5 anos)

• Quanto tempo é reservado para brincar?

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• São oferecidas diferentes propostas,  como música, contação de histórias e  atividades corporais?

• As crianças podem interagir com alunos  de outras faixas etárias?

• O ambiente é seguro para ser explorado?

• Como a escola lida com os desafios próprios  da idade, como o desfralde e a conquista da autonomia para comer sozinho?

• A comunicação entre escola e família sobre informações do dia a dia (se a criança fez cocô  e xixi, se caiu e se machucou, se foi mordida  por algum colega ou se mordeu alguém, por exemplo) é feita por meio de anotações em  uma agenda ou verbalmente no fim do dia?

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• Existe infraestrutura para dar banho nas crianças que usam fraldas?

• Em que idade conteúdos de leitura e escrita começam a ser trabalhados?

• Como a instituição lida com choro e pedidos  de colo?

• A aprendizagem de uma língua estrangeira é estimulada?

Primeiro ciclo do Ensino Fundamental  (do 1º ao 5° ano)

• Como são trabalhados os conteúdos de língua portuguesa e matemática?

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• Até que ano é esperado que a criança esteja alfabetizada?

• Qual é o tempo destinado a brincadeiras?

• Qual o critério usado para a divisão de alunos por sala?

• Todos os dias é enviada lição de casa? Os pais devem ajudar?

• Em caso de apresentar alguma dificuldade para aprender determinado conteúdo, como o aluno é auxiliado pela escola?

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Segundo ciclo do Ensino Fundamental (do 6º ao 9° ano)

• Os alunos têm que tipo de autonomia? Por exemplo, em caso de algum problema rotineiro que envolva aprendizagem, os pais são chamados ou os professores conversam diretamente com a criança?

• Como é controlada a entrada e a saída?

• Qual o critério usado para a divisão  de alunos por sala?

• São oferecidas disciplinas extracurriculares? Quais?

• Existe biblioteca, sala de leitura ou um espaço delimitado para livros na sala de aula?

• Qual o valor dado à prática esportiva e à competição?

Ensino Médio

• Como é controlada a entrada e a saída?

• No caso de alunos que cabulam aulas, qual  a conduta da escola?

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• Qual a expectativa da instituição em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)  e ao vestibular?

• Os jovens podem namorar na escola? E “ficar”?

• As reuniões de pais e mestres são feitas com que frequência?

• Qual o critério usado para a divisão de alunos por sala?

• São oferecidas disciplinas extracurriculares? Quais?

• Existe biblioteca, sala de leitura ou um espaço delimitado para livros na sala de aula?

• Qual o valor dado à prática esportiva e à competição?

 

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