O que a criação dos filhos pode ter a ver com a divórcio de Angelina Jolie e Brad Pitt?
Fontes afirmam que a atriz está insatisfeita com a forma como Brad vem exercendo a sua paternidade. De acordo com estudo divulgado este ano, esse incômodo é ponto de desgaste comum em muitos casamentos – o que não significa que os casais devem desistir de ter filhos. Entenda:
A notícia que chacoalhou esta terça-feira (20) foi o anúncio da separação dos atores Angelina Jolie, 41 anos, e Brad Pitt, 52 anos. Segundo o TMZ, a motivação da atriz para pedir o divórcio seria discordar da forma como Brad exerce sua paternidade.
Os dois são pais de seis – Maddox, Pax, Zahara, Shiloh, e os gêmeos Knox e Vivienne – e, junto ao pedido de divórcio, Angelina teria solicitado a guarda total dos filhos. Os motivos da insatisfação da atriz com as atitudes paternas do, agora, ex-marido não foram descritos. No entanto, é comum que a criação das crianças seja ponto de desgaste entre casais, aponta estudo.
Durante três décadas, o professor de psicologia e diretor do laboratório de estudos sobre família e casamento da Universidade americana de Binghamton, Matthew D. Johnson, estudou a forma como a paternidade e a maternidade afetam o matrimonio. Suas conclusões foram publicadas no livro Grandes Mitos das Relações Íntimas: Namoro, Sexo e Casamento, lançado no início deste ano.
Ao comparar casais sem filhos e casais com filhos, sua equipe de estudiosos constatou que o nível de satisfação de uma casal com prole é duas vezes menor que o de um casal sem crianças. Em contraponto, também foi notado que, com o passar do tempo, mesmo que o incomodo permaneça, os casais se tornam menos propícios a separações, pois prevalece o pensamento: se estamos tristes, pelo menos estamos tristes juntos.
Mas por que os filhos afetam a relação? A causa primordial é que a chegada de uma, ou mais, crianças altera a dinâmica do casal. Os cuidados com alimentação, estudos, limpeza e outros aspectos da vida dos pequenos gera um desgaste físico e emocional nos pais. Com isso, os casais tendem a se tonar mais distantes e formais entre eles.
As conversas deixam de ser sobre acontecimentos do mundo, ou fatos banais da própria vida, e passam a ser sobre troca de fraldas, escola, necessidades e desejos da prole. Ou seja, a relação do casal como parceiros fica em segundo plano, pois a prioridade passa a ser a relação de cada um deles com os filhos. O papel de mãe toma lugar do papel de esposa e as funções de pai ficam atrás das funções de marido – e, quando isso acontece com apenas uma das partes, a outra tende a ficar chateada e vice versa.
Nesse quadro, faz sentido que a insatisfação tenha partido de Angelina Jolie. O estudo mostra que, pela forma como funciona nossa sociedade, a mãe tende a tomar mais responsabilidades na vida dos pequenos do que o pai. Ela se sobrecarrega para dar conta de trabalhar fora de casa e cuidar das crianças e, muitas vezes, deixa a parte financeira de lado em prol dos cuidados exigidos pelos pequenos.
Além disso, acaba se afastando de grupos sociais para ficar mais em casa, já que o trabalho já toma muito do seu tempo com os filhos. Como resultado, a mulher se sente frustrada, ao mesmo tempo em que culpa inconscientemente o marido por não dividir essa tensão com ela.
Vale ressaltar, no entanto, que esses resultados não sugerem que os casais abram mão de ter filhos em prol da união matrimonial. A maior parte das mães e dos pais ainda classificam a paternidade como a maior alegria de suas vidas. O sentimento comum é de que, ver o crescimento dos filhos, faz valer a pena ter passado pelas dificuldades relatadas acima. O importante é encontrar um equilíbrio entre relacionamento a dois e cuidado com os filhos.