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O limite entre brincadeira e exagero: crianças podem usar maquiagem?

Kim Kardashian foi criticada porque a primogênita North West, de 5 anos, apareceu maquiada. Mas será que isso é tão ruim assim?

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 30 nov 2022, 15h34 - Publicado em 25 mar 2019, 08h00

Era para ser um domingo familiar como outro qualquer, mas nada é “qualquer” quando Kim Kardashian e Kanye West estão envolvidos. Durante uma celebração religiosa que teve uma apresentação musical de Kanye, North West – a primogênita do casal, de 5 anos de idade – apareceu feliz dançando. E usando um batom vermelhão. Veja o vídeo que a própria Kim compartilhou:

Foi o suficiente para choverem críticas na linha de “Ela não é um pouco nova para usar maquiagem?”, “Uma criança sem maquiagem é tão mais bonita” e “Dá um tempo!”. Kim sempre se defende dizendo que North West se produz apenas de vez em quando, respeitando regras da família. Mas, independentemente disso, será que é tão ruim assim crianças usarem maquiagem?

“Crianças gostam de se maquiar para imitar a mãe ou alguma adulta que admirem, como a professora. É uma fantasia, uma brincadeira de faz de conta. Brincam de ser princesas, heroínas e gente grande também. Não há nenhum problema nisso”, afirma a psicóloga clínica especializada em família Milena Brassell.

Mônica Pessanha, psicanalista e psicopedagoga para crianças e adolescentes, parte da mesma linha de raciocínio e complementa: “Quando brincam, não se preocupam se a sombra está borrada ou se o batom combina com a sombra. Nada vai ficar perfeito, bem coisa de criança mesmo. Se estiverem se preocupando com isso, aí deixou de ser brincadeira.”

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A idade em que isso se manifesta depende de cada criança, mas é comum que seja na primeira infância (até os 6 anos). Não é demais lembrar que nada disso é regra: muitas, na verdade, não demonstram essa vontade em momento nenhum, o que também é absolutamente normal.

As consequências negativas dos excessos

Então está estabelecido que, se for encarado como uma brincadeira, o ato de se maquiar é inofensivo. Mas e se não for? E se a criança levar isso a sério, buscando uma perfeição e uma aprovação estética que se esperaria apenas na adolescência?

Bem, aí entramos no campo da adultização da criança, o que não é nada legal ou saudável. “Teremos uma criança com aparência de adulta e com uma necessidade de aprovação muito exagerada. Quando a criança se vê na ‘obrigação’ de estar sempre produzida, tende a precisar cada vez mais dessa produção para se sentir amada”, diz Mônica. “A percepção do corpo e a própria distorção dele pode vir desse lugar de aprovação e amor, porque nossa autoimagem é construída pelo que recebemos do mundo.”

Milena observa, ainda, que essa adultização tende a levar à antecipação de outras etapas da vida, inclusive a sexualização. “Vemos muita gente reclamando que meninas querem usar minissaia muito cedo, que se interessam por músicas ‘adultas demais’, no sentido de sexualizadas mesmo, aos 8 ou 9 anos de idade. Inclusive muitas mães lamentam isso nas próprias filhas. Mas há que se lembrar que essas coisas não surgem do nada: elas foram semeadas em algum momento lá atrás, no início da vida, normalmente por um uso não lúdico de maquiagem e esmaltes”, alerta.

Olho vivo, portanto! Se você perceber que sua filha de até 6 anos de idade está exagerando na técnica e na preocupação com a maquiagem, é bom sentar, conversar e até vetar o uso de batons e sombras por um tempo. Assim, ela terá a chance de se voltar às preocupações que lhe são de direito: brincar e aprender muito.

O aspecto físico da maquiagem para crianças

Se a parte psicológica do uso de maquiagem pelas crianças estiver controlado e a coisa toda realmente se tratar apenas de brincadeira, dê atenção a um outro aspecto bem importante: o físico. Batons, sombras e blushes de adultos tendem a causar reações alérgicas nas pequenas.

Isso porque a pele das crianças tende a ser mais fina e porosa que a dos adultos, o que a leva a absorver mais os produtos. As reações alérgicas a algumas substâncias químicas podem ser graves.

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Por isso, a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) recomenda que mães e pais permitam apenas o uso de produtos desenvolvidos especialmente para crianças. Eles são encontrados com facilidade em farmácias e supermercados de todo o Brasil e fazem toda a diferença na saúde da pele de suas filhas.

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