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Não quero que meu filho tenha videogame. Estou errada?

O videogame não é o vilão que tantas mães imaginam. Além de ser uma diversão fácil e prazerosa, os jogos também podem trazer benefícios ao desenvolvimento dos pequenos

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 00h06 - Publicado em 15 out 2013, 22h00
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Você anda muito preocupada com o fato de o seu filho amar videogame?
Foto: Getty Images

“Meu filho tem 7 anos e adora jogar videogame e gameboy na casa dos amigos. Mas não quero comprar nem um nem outro. Será que vou criar um ET no mundo de hoje?”

Como a internet e a TV, os jogos eletrônicos fazem parte do mundo em que vivemos. É irreal querer isolar a criança deles. Também não há motivo para adotar o princípio de que esses brinquedos são, por si sós, negativos. O desafio é controlar o tempo que seu filho gasta com essa atividade, supervisionar o conteúdo e oferecer alternativas de lazer.

Diferentemente do que alguns imaginam, afastar dos games um garoto de 7 anos é negativo para a sua formação. Eles permitem o contato com uma linguagem cada dia mais presente na nossa sociedade. Convém evitar que o menino fique defasado em relação a outros da mesma faixa etária e classe social. Muitas vezes, a desconfiança dos adultos está ligada ao estigma de violência associado às fitas, mas não se deve confundir o brinquedo com a temática. Como ocorre com livros e programas de TV, também nesse universo há coisas boas e ruins. Cabe à família selecionar o que vai levar para dentro de casa. Antes de comprar, verifique a indicação etária e avalie o produto. Se encontrar algo conflitante com as suas convicções, deixe na prateleira e explique por que é inadequado. A criança precisa entender os valores que motivaram a recusa – afinal, se o jogo proibido está na moda, é inevitável que seu filho tenha acesso a ele na casa de algum amigo.

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Também cabe aos pais definir de antemão tempo e frequência de uso. Entre 30 minutos e uma hora por dia é uma boa medida. Para que isso seja respeitado, porém, deve-se oferecer outras formas de diversão. Brincar no playground, passear no parque, andar de bicicleta ou ler um livro com os pais são algumas opções. Só não vale fazer vista grossa se a criança passa três ou quatro horas diárias nos games. Caso ela ignore o combinado, converse e mostre que existem outras coisas interessantes. Não deu certo? Proíba-a de fazer algo de que goste muito – pode ser um veto aos próprios games – e explique: “Você não fez o que combinamos e, por isso, não vai jogar durante uma semana”. O importante é que o filho seja privado de algo que realmente faça falta e os pais não cedam a birras.

Quando não há um problema mais sério de disciplina, essa medida costuma resolver os excessos. Pais que não sabem impor limites, porém, acabam transformando o game em mais um ponto de atrito, o que evidencia conflitos que já estavam presentes. São realidades que podem exigir uma terapia familiar. Só é preciso tomar cuidado para não encarar a simples falta de educação como sinal de um problema psicológico que não existe. Se a proibição radical não é um bom caminho para educar, a permissividade também não. O equilíbrio está na capacidade de dialogar e estabelecer fronteiras claras.

Fonte: Maria Ângela Barbato Carneiro é psicopedagoga e autora do livro Brinquedos e Brincadeiras: Formando Ludoeducadores, Editora Articulação
 

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