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Meu filho adolescente apareceu com uma tatuagem? O que fazer?

Seu filho fez uma tatuagem sem consultar ninguém? Especialista explica como os pais devem lidar com esse tipo de atitude dos jovens.

Por Simone Costa (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 15h25 - Publicado em 23 mar 2015, 07h24

Meu filho de 15 anos apareceu com uma tatuagem imensa no braço. Não só acho cedo para fazer isso, como tenho medo de que atrapalhe a carreira dele. Sou muito antiquada? Devo exigir a remoção? ( Pergunta enviada por leitora)

Aos 15 anos, os adolescentes estão formando sua identidade e querem muito pertencer a um grupo. O desejo de fazer uma tatuagem pode surgir daí, mas essa é uma decisão que não deve ser tomada por conta prória. “Nessa idade, os jovens ainda não estão maduros sob nenhum aspecto, nem neurológico, nem emocional”, afirma a pedagoga Renata Gazzinelli, diretora pedagógica do Instituto Educacional Manoel Pinheiro, em Belo Horizonte. “Por mais que a tatuagem hoje seja mais bem aceita do que no passado, pode levar a arrependimentos futuros porque a adolescência é uma fase em que as opiniões não estão prontas e as emoções são exacerbadas”, acrescenta a psicóloga Susana Orio, orientadora educacional do Colégio Madre Alix, em São Paulo.

Se o adolescente fez uma tatuagem sem o consentimento dos pais, mais do que pensar na remoção – o que pode custar caro ou deixar marcas e às vezes nem é possível -, o fundamental agora é os pais trabalharem para resgatar o controle perdido. “Eles precisam reorganizar a hierarquia. Deve ficar claro para o filho que ele fez algo grave e ainda não possui autonomia para reger tudo da própria vida”, diz a pedagoga Renata. Por exemplo, deixar de ir à escola ou entrar em casa e sair na hora que quiser são atitudes fora de questão. “Adolescentes podem opinar sobre cursos extracurriculares que gostariam de fazer ou onde adorariam passar as férias, mas sempre entre opções dadas pelos responsáveis”, observa a psicóloga Susana. “Saber decidir sozinho é importante para não se guiar apenas pela opinião dos amigos, mas ele necessita de limites. Se não recebê-los agora, irá se tornar um adulto que acha que pode tudo.”

O garoto deve entender até que, ao optar por uma tatuagem sem consentimento dos pais, fez algo com possibilidade de ter consequências legais. No Brasil, não há uma lei federal que proíba tatuar menores de idade, mas há estados e municípios onde isso só é permitido a maiores de 18 anos. Em outros, jovens com mais de 16 podem só com autorização dos pais. “Se o profissional não respeitar a legislação local, a tatuagem pode ser considerada lesão corporal”, explica a advogada Alexandra Ullmann, especialista em direito de família, do Rio de Janeiro.

Um modo de evitar surpresas como essa é se manter vigilante em relação ao que os filhos andam fazendo e a quem são seus amigos. “Tatuar-se não é uma decisão tomada da noite para o dia. O jovem vai dando sinais: pode ser que comente isso com quem tem abertura em casa, como uma irmã, ou comece a mudar a forma de se vestir”, explica Susana. “Ao notar alterações de comportamento, os pais devem procurar dialogar para tentar compreender e ajudar o filho na sua busca por identidade.” Ainda que o desenho já esteja lá, busque reconectar-se com seu filho e entenda o que a atitude representou para ele. Se é algo que incomoda tanto você, talvez tenha feito justamente para chamar sua atenção. Use o episódio como o elo que faltava entre vocês. 

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