Meu coelho pensa que é cachorro
O Clayde vive atrás de mim. Até na rua ele sai comigo - de coleira. Por que será que todo mundo acha ele estranho?
O Clayde passa horas no meu colo
geralmente me lambendo
Foto: Arquivo pessoal
Para onde eu vou levo o Clayde, meu coelhinho de estimação. Já me acostumei com os olhares curiosos quando a gente passeia pelas ruas. Ele chama a atenção só porque anda na coleira. É verdade que no começo Clayde tinha muito medo de sair de casa, mas hoje até viaja de ônibus escondidinho na minha mochila.
Conheci o Clayde numa loja de animais em dezembro de 2005. Foi só bater o olho nele que me apaixonei. O vendedor me alertou que o bicho estava doente, mas eu o peguei no colo mesmo assim. O Clayde era do tamanho da minha mão, uma fofurinha. A gente se entendeu tanto! Fiz uma proposta para comprá-lo, mas o gerente negou por causa da doença.
Voltei pra casa mal, até chorei. Meu noivo me ofereceu outro coelho de presente, mas eu só queria saber do Clayde. No fim, conseguimos comprá-lo do criador por R$ 60. O homem ficou besta quando eu reconheci o meu Clayde no meio de uns outros 50 coelhos.
Ao chegar em casa, a primeira coisa que o Clayde fez foi morder a minha mãe, assim que ela tentou passar a mão nele. Até hoje ele é arisco desse jeito com todo mundo, menos comigo. Dizem que coelho não gosta muito de grude, mas o Clayde passa horas no meu colo, geralmente me lambendo.
Quando não está aconchegado comigo, o Clayde fica andando atrás de mim pela casa. Eu só ponho na gaiola pra dormir. De resto, somos tão ligados que o meu coelhinho troca a noite pelo dia, que nem eu.
Todo mundo brinca que o Clayde parece um cachorro, mas a raça dele é a minilop. Por isso ele é um coelho bege, pequeno e com as orelhas caídas. Por acaso ele se dá superbem com a minha cachorra, a Docinho. Os dois vivem se lambendo e até comem a ração um do outro. É tanto amor que meu noivo brinca que ainda vamos criar um cachorro saltitante. Era só o que me faltava!